A África do Sul, que sempre se recusou a condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia, anunciou, quinta-feira, a organização em Fevereiro de manobras conjuntas com as marinhas russa e chinesa ao longo de sua costa.
“A África do Sul receberá as marinhas da China e da Federação Russa em um exercício marítimo multilateral entre 17 e 27 de Fevereiro”, confirmaram os militares sul-africanos em comunicado.
“A fim de fortalecer as relações já florescentes entre a África do Sul, a Rússia e a China”, as manobras conjuntas ocorrerão ao largo de Durban, o maior porto da África Austral, e de Richards Bay, cerca de 180 quilómetros ao Norte, disse o comunicado.
“Esta será a segunda vez que tal exercício é realizado na presença das três forças navais, tendo o primeiro ocorrido em Novembro de 2019 na Cidade do Cabo, África do Sul”, recorda o Exército.
Estas manobras envolverão mais de 350 militares sul-africanos “de vários serviços e divisões” juntamente com “os seus homólogos russos e chineses com o objectivo de partilhar competências e conhecimentos operacionais”, refere ainda o comunicado.
A África do Sul, uma das potências do continente, assumiu uma postura neutra desde o início da guerra na Ucrânia em 24 de Fevereiro, recusando-se a aderir aos apelos ocidentais para condenar Moscovo.
Enquanto isso, a oposição Aliança Democrática criticou a decisão, dizendo que isso significa que, ao contrário de sua posição “neutra” na guerra, o partido do Congresso Nacional Africano da África do Sul efectivamente se aliou a Moscovo.
Os exercícios China-Rússia-África do Sul são chamados de Operação Mosi, que significa fumaça.