O grupo criado para investigar as acusações contra o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, de que tinha os milhões de dólares em sua fazenda, apresentou, esta quinta-feira, ao Parlamento as recomendações, que poderão determinar ou não a abertura de um processo para a destituição do Chefe de Estado.
Há relatos de que em Junho, ladrões encontraram quatro milhões de dólares numa das fazendas de Ramaphosa, o que levantou suspeita de que o Presidente sul-africano está envolvido em casos de corrupção e desvios de fundos públicos.
O grupo de investigadores, formado em Setembro, procurou encontrar qualquer evidência preliminar de irregularidades cometidas pelo Presidente. O momento do escândalo dificilmente poderia ser pior, já que Ramaphosa está a menos de um mês de uma conferência electiva que decidirá se ele concorrerá a um segundo mandato pelo Congresso Nacional Africano (ANC), em 2024.
“Processar o Presidente antes de um processo de destituição é uma grande decisão, não pode ser feito por motivos frágeis, tem que ser algo tangível”, disse o responsável do grupo de investigadores, que desempenhou recentemente as funções de presidente do Tribunal Supremo do país, Sandile Ngcobo, durante a entrega do processo ao Parlamento.
Este inquérito é separado de uma investigação criminal que a Polícia está a conduzir e que Ramaphosa saudou. O relatório será debatido na Assembleia Nacional no próximo dia 6, segundo o presidente do Parlamento, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, citado pela Reuters.