“Pelo que me disseram e pelo que soube de outras fontes em Inhambane, os meus constituintes estão a pagar o preço da filantropia, porque só queriam ajudar”, disse Macuácuá.
O advogado referiu que se trata de dois “idosos aposentados, com 71 e 69 anos”, que se deslocaram a Inhambane de carro para passar férias, tendo um deles aceitado levar produtos angariados por uma organização na África do Sul, para o orfanato.
“Um deles aceitou levar os bens, porque já tinha feito voluntariado em Balama, e o outro era um simples acompanhante, que foi a Inhambane passar férias”, enfatizou Abílio Macuácua.
Macuácua adiantou que os três detidos foram “estranha e misteriosamente” transferidos para a cadeia de máxima segurança da província de Maputo, vulgo BO.
“Quando procurei saber, o que apurei é que foram transferidos para a BO por razões de segurança”, declarou o advogado.
Os dois cidadãos sul-africanos não tinham intenção de viajar para Cabo Delgado e o seu gesto limitava-se a transportar os bens angariados da África do Sul até à aeronave em Inhambane, prosseguiu o advogado.
Abílio Macuácua disse que os bens que iam seguir para Balama foram apreendidos durante a inspeção pré-embarque no aeródromo de Inhambane.
“Eles tinham que ser muito ingénuos para fazer passar bens destinados aos terroristas pelo ‘scan’ [inspeção eletrónica] do aeródromo”, enfatizou Macuácuá.
Contactada pela Lusa, uma porta-voz da embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Moçambique confirmou a detenção do piloto norte-americano em território moçambicano.
“A embaixada dos EUA pode confirmar que um cidadão dos EUA foi detido em Moçambique. Sempre que um cidadão dos EUA é detido no estrangeiro, estamos aptos a prestar toda a assistência adequada. A embaixada está a monitorizar a situação, mas, devido a considerações de privacidade, não temos mais comentários a fazer neste momento”, salientou a porta-voz norte-americana em resposta a um pedido por ‘e-mail’ da Lusa.