Um grupo de professores moçambicanos afirmou nesta quinta-feira, 10 de Novembro, que os profissionais do sector vão boicotar os exames em todo o país a partir de terça-feira, caso o Governo não responda às reivindicações sobre a nova Tabela Salarial Única (TSU).
“Dia 14 é o último dia em que esperamos por resposta e dia 15 estaremos a paralisar as actividades a nível nacional”, disse aos jornalistas uma das porta-vozes do grupo, que falou sob anonimato.
A ameaça de boicote aos exames acontece um dia após a Organização Nacional dos Professores (ONP), a maior e mais antiga do país, ter reconhecido, em conferência de imprensa, irregularidades no enquadramento de professores licenciados na nova TSU, defendendo diálogo permanente e afastando qualquer cenário de greve.
A referida porta-voz do grupo, sem ligação à ONP, exigiu a reposição de subsídios retirados ou que sofreram uma redução no quadro das reformas introduzidas pela nova grelha salarial na função pública. Apontou o subsídio psicopedagógico como uma das prestações que o Governo eliminou e cuja devolução é agora exigida pelos professores, e reivindicou ainda que as horas extraordinárias sejam retiradas do salário base, para não estarem sujeitas a imposto.
Um outro professor, que também pediu para não ser identificado, referiu que os professores que leccionam nas zonas urbanas também exigem um incentivo financeiro como os que trabalham nas zonas rurais, que recebem um subsídio de localização.
Querem igualmente que se introduza o subsídio de risco, porque os “professores consomem muito giz” durante a sua actividade (o que, sendo um produto tóxico, pode acarretar consequências para a saúde), e o subsídio de exame escolar, devido à sobrecarga que se regista no período das provas finais.
O ensino secundário geral moçambicano começa no próximo dia 14 os exames finais do ano lectivo de 2022.