O Governo etíope anunciou, ontem, que aceitou um convite da União Africana (UA) para realizar Negociações de Paz com rebeldes na região Norte de Tigray, sem especificar uma data ou local. “A União Africana enviou um convite para conversações de paz.
O Governo da Etiópia aceitou este convite, de acordo com a nossa posição de princípio sobre a resolução pacífica do conflito e a necessidade de conversações sem pré-condições”, disse o Redwan Hussein, conselheiro de Segurança Nacional, citado pela Reuters.
Num comunicado, o Governo da Etiópia informou que a UA agendou a data e o local das negociações, mas não deu detalhes. Questionadas sobre o convite, as autoridades rebeldes em Tigray, responderam.
“Vamos comunicar os detalhes no momento apropriado”, disse Ebba Kalondo, porta-voz do presidente da Comissão da UA, Moussa Faki.
Analistas acreditam que se Debretsion Gebremichael, líder da Frente de Libertação Popular Tigray, comparecer às conversações propostas entre Tigray e a Etiópia, será o esforço mais significativo de sempre para acabar com a guerra.
Nenhum detalhe dos participantes foi divulgado até agora, incluindo se a Eritreia, país vizinho, foi convidado. Os rebeldes sempre disseram que se recusariam a permitir que Asmara participasse de qualquer conversação. Uma fonte diplomática disse à AFP que a UA criou uma troika de mediadores, composta pelo antigo Presidente nigeriano Olusegun Obasanjo (enviado especial da organização para o Corno de África) e o ex- Presidente queniano Uhuru Kenyatta, bem como o ex-Vice-Presidente sul-africano Phumzile Mlambo -Ngcuka.
Após uma trégua de cinco meses que aumentou as esperanças de Negociações de Paz, os combates recomeçaram em 24 de Agosto no Norte da Etiópia entre os rebeldes e o Exército Federal etíope, apoiado por forças das regiões fronteiriças de Tigray e da Eritreia.