Destaque Tigray: Eritreia mobiliza forças armadas face a combates na Etiópia

Tigray: Eritreia mobiliza forças armadas face a combates na Etiópia

Autoridades da Eritreia declararam a mobilização das forças armadas face aos combates no norte da Etiópia, informaram os serviços diplomáticos britânicos e canadianos. Tigray voltou a mergulhar no caos após curta trégua.

Os governos canadiano e britânico advertiram, no final do dia de sexta-feira, os seus cidadãos na Eritreia para limitarem as viagens na sequência do apelo à mobilização militar.

“As autoridades locais lançaram um apelo geral à mobilização das forças armadas em resposta ao conflito no norte da Etiópia”, disse o governo canadiano, admitindo que “podem ser impostas, a curto prazo, medidas de segurança adicionais em todo o país”.

Por seu turno, o Governo do Reino Unido revelou que o anúncio da Eritreia foi feito na quarta-feira (14.09), pelo que deve existir “uma vigilância acrescida neste momento”.

O reinício dos combates em Tigray, no mês de agosto, pôs fim a uma trégua acordada em março e frustrou as esperanças de uma resolução pacífica para uma guerra de quase dois anos entre as autoridades etíopes e a Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF).

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As autoridades de Tigray têm, desde essa altura, manifestado vontade de participar em conversações lideradas pela União Africana (UA), mas o Governo etíope não respondeu publicamente a esta disponibilidade, dizendo apenas que continua “empenhado” no processo de paz liderado pela UA.

Ambos os lados do conflito acusam-se mutuamente quanto ao início dos combates, os quais se estenderam do sul de Tigray para outras frentes a norte e oeste, enquanto atraíam tropas eritreias que tinham apoiado as forças etíopes durante a primeira fase da guerra.

A Eritreia, por seu turno, não se pronunciou sobre esta informação.

Desde que os últimos confrontos eclodiram, o Tigray foi bombardeado várias vezes, tendo um funcionário do hospital central de Ayder, o maior da região, dito que 16 pessoas tinham morrido em ataques aéreos, informações que a agência AFP não conseguiu confirmar.

O conflito, marcado por abusos contra civis de ambos os lados, provocou a deslocação de mais de dois milhões de pessoas.