A Federação Moçambicana de Futebol (FMF), através de Gervásio de Jesus, Vice-Presidente para Área de Marketing e Comunicação, anunciou ter chegado a acordo para a rescisão amigável com o treinador português Tiago Matos que desempenhava as funções de adjunto de Chiquinho Conde nos Mambas.
Falando em entrevista à RM Desporto Gervásio de Jesus revelou que Tiago Matos terá endereçado uma carta a FMF afim de manifestar a sua intenção de rescindir o contrato que o ligava aos Mambas que não chegou a ser formalizado devido à falta de visto de trabalho, situação que no mês de Maio último fez com que o treinador fosse deportado para Lisboa após ter ficado retido mais de 24 Horas no Aeroporto Internacional de Maputo.
Tiago Matos desfalcou a equipa técnica dos Mambas, tendo, na altura, Chiquinho Conde dito que a ausência do seu adjunto, apesar de não comprometer o trabalho do combinado nacional, afectava um pouco o decurso da preparação das duas partidas que tinham pela frente.
Segundo Gervásio de Jesus, várias foram as tentativas desencadeadas para permitir que o técnico português fizesse parte do resto do grupo, todavia ele preferiu regressar ao país de origem.
“Faltou um pouco de interesse da parte de Tiago Matos, pois ele deveria ter entregado documentos pessoais ao consulado de Moçambique em Portugal, todavia não quis colaborar”, diz Gervásio de Jesus, ajuntando que a FMF não tinha o que fazer, pois tudo cabia à responsabilidade pessoal do treinador.
Esclareceu ainda que Tiago Matos usava o visto de turismo, o qual é renovável a cada três meses, visto que o de residência ainda não havia saído, tendo em conta que o procedimento para a sua obtenção leva muito tempo.
Mais tarde, segundo disse, a dada altura, Tiago Matos exigiu à FMF para que fixasse a sua residência em Portugal, devendo vir a Moçambique juntar-se aos Mambas sempre que houvesse jogo, algo que prontamente foi rejeitado pela direcção da FMF.
Perante este desacordo, as duas partes entenderam rescindir amigavelmente o contrato que nem chegou a ser formalizado, o que levou a FMF a não pagar os salários a que Tiago Matos tinha direito pelo período em que esteve ligado aos Mambas, ou seja, ao longo de seis meses, isto é, de Novembro de 2021 a 31 de Maio de 2022.
Assim, a FMF segundo Gervásio de Jesus terá apenas que pagar o valor correspondente aos seis meses de salários em atraso referente ao período em que Tiago Matos esteve a trabalhar pelos Mambas sem auferir o que foi acordado entre as partes.