Destaque Reorganização dos terroristas torna improvável regresso das petrolíferas até 2023

Reorganização dos terroristas torna improvável regresso das petrolíferas até 2023

A consultora Eurasia considerou ontem, 23 de Maio, que é improvável que as companhias energéticas internacionais voltem a recomeçar os trabalhos no norte do país nos próximos 12 meses devido à insegurança persistente e reorganização dos terroristas.

“O potencial para o Estado Islâmico providenciar financiamento e recursos aos insurgentes e a possível chegada de reforços da Tanzânia vai provavelmente fortalecer a insurgência, tornando o recomeço do projecto de exploração de gás natural liquefeito nos próximos 12 anos improvável”, lê-se num comentário aos principais acontecimentos em várias economias africanas.

No comentário, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Eurasia diz que “a insurgência deverá persistir no seguimento da reorganização do grupo terrorista que opera em Moçambique”.

Em 10 de Maio, os terroristas atacaram o distrito de Macomia, e o Estado Islâmico designou Moçambique como uma das suas províncias (Wilaya Moçambique), dizem os analistas, concluindo que “o anúncio demonstra a reorganização das operações do grupo terrorista em África e um alargamento das suas operações no País”.

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A análise da Eurasia contradiz a opinião do comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, que disse há uma semana que “a guerra contra o terrorismo está quase a chegar ao fim”.

Bernardino Rafael fez um ponto de situação sobre o combate contra grupos armados que aterrorizam os distritos da província de Cabo Delgado, no dia 13 de Maio, quando falava com um contingente militar do Ruanda, no Posto Administrativo de Chai, distrito de Macomia.

“Não estamos a dizer que chegámos ao fim, mas está quase”, declarou Rafael, salientando que já foram executadas 70% das operações militares planeadas contra os grupos armados que actuam na província de Cabo Delgado.