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Continua fugitivo agente da PRM envolvido na tentativa de assassinato de Nini Satar

Continua em paradeiro desconhecido Lenine Macamo, antigo chefe de reconhecimento da PRM na cidade de Maputo. Macamo é apontado nos meios policiais como sendo o cabecilha do trio que engendrou um plano macabro para assassinar, por execução, Nini Satar, que está a cumprir pena na B.O. pelo seu envolvimento no assassinato do jornalista Carlos Cardoso.

Lenine Macamo sumiu logo que o SERNAP (Serviço Nacional Penitenciário) descobriu o esquema através de escutas telefónicas. Para além de Lenine Macamo, o trio era composto por outros dois agentes policiais, José Nhangulele e Edson M. Estes dois foram detidos em Março e cumprem prisão preventiva na chamada Cadeia Civil de Maputo, escreve a Carta.

Registos de chamadas telefónicas denunciam o envolvimento dos três na trama. Eles haviam “contratado” um recluso da B.O., de nome Leão Wilson, para “executar o trabalho”. Nas conversas, a que Carta teve acesso, percebe-se que Nini Satar só não foi abatido por causa da chuva. A “operação” devia acontecer por ocasião de um banho de sol dos reclusos, mas houve dias de chuva ininterrupta, que impediu a aparição do sol.

Lenine e seus parceiros tentaram convencer Leão Wilson de que a “encomenda” tinha a chancela da Procuradora Geral da República, Beatriz Buchile, e do Comandante Geral da Polícia, Bernardino Rafael. É obvio que isso só podia ser uma alegação de mau gosto. O Presidente Nyusi também foi visado na mesma perspectiva.

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Há dias, Nyusi e Buchile endureceram seu discurso contra o envolvimento de agentes da Polícia na recente escalada de raptos. Na sessão de abertura da recente reunião do Conselho Consultivo do Ministério do Interior, Nyusi declarou: “Não posso aceitar que as Esquadras da Polícia se tornem ninhos de raptores e que o Comandante da esquadra seja o principal responsável pelo assunto”.

A onda de sequestros que recomeçou no ano passado dominou o relatório da Procuradora-Geral Beatriz Buchile ao parlamento há duas semanas (27, 28 de Abril). Ela disse que os envolvidos nos raptos incluem não só membros do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) e Polícia, mas também magistrados e advogados.

O caso da tentativa de assassinato de Satar vai ainda fazer rolar muita tinta. “Carta” soube ontem que os dois agentes da Polícia detidos na B.O. já constituíram advogado. Trata-se de Lourenço Malia. O causídico tem sido criticado por seus pares por ter aceite este caso. É que Malia já foi advogado de Nini Satar no caso do seu alegado envolvimento na “inventona” do assassinato do advogado Albano Silva em 2008. Nini e seus pares foram absolvidos.