O grupo rebelde M23, acusado de ter abatido um helicóptero das Nações Unidas, provocando a morte de oito capacetes azuis, declarou, na terça-feira, um cessar-fogo unilateral, alegando estar pronto para negociar com o Governo da República Democrática do Congo uma “solução pacífica” do conflito.
“O exército revolucionário congolês reserva-se o direito de retaliar vigorosamente no caso de uma nova iniciativa de guerra por parte do exército nacional ou dos seus auxiliares”, anunciou Willie Ngoma, porta-voz do M23, citado pela AFP. O grupo foi derrotado pelo exército nacional em 2013, mas voltou a pegar em armas em Novembro passado, pedindo a desmobilização e integração dos seus combatentes pelo Governo. As autoridades congolesas ainda não reagiram à sugestão de acordo de paz.
Depois que os combates entre o exército nacional e os rebeldes do M23 eclodiram no início da última semana no Leste da RDC, milhares de congoleses fugiram para o vizinho Uganda. Agora, depois da paragem das hostilidades, o Governo de Kinshasa pede para que eles regressem às suas aldeias, mas estão relutantes, receando que a situação se volte a agravar.
Há poucos dias, os rebeldes retiraram-se das posições ocupadas na estrada que vai de Goma, capital do Kivu do Norte, a Bunagana, na fronteira com o Uganda. Segundo a ONU, além dos 10 mil refugiados que já estavam no Uganda, cerca de 36 mil civis chegaram agora fugidos da RDC.