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PRM em Manica vai custear as despesas do funeral do adolescente alvejado mortalmente

A Polícia da República de Moçambique, fez saber através do seu porta voz em Manica que vai arcar com as despesas do funeral do adolescente alvejado mortalmente durante tumultos por alegado tráfico de órgãos humanos em Manica.

O menor ora morto fazia parte das 54 pessoas detidas durante o tumulto na quarta-feira (06.04), o mesmo terá sido alvejado depois de a polícia ter disparado para dispersar moradores revoltados que protestavam contra o desaparecimento de crianças no bairro 25 de Junho, subúrbio da capital provincial de Manica.

“Há uma comissão que foi criada ao nível do comando provincial da polícia para tratar do apoio à família enlutada”, disse Mário Arnaça, porta-voz da polícia em Manica em conferência de imprensa.

A polícia, prosseguiu, colocou em liberdade 16 menores detidos durante os protestos, e igualmente foram restituidos a liberdade quatro adultos por falta de provas, e instaurou processos-crimes contra 34 pessoas envolvidas nos tumultos por “roubo e instigação à justiça pelas próprias mãos”.

Ainda segundo as autoridades, uma investigação preliminar e a triagem das informações recolhidas no terreno não confirmou a descoberta de órgãos humanos congelados nos imóveis de um comerciante, classificado como suspeito.

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“Do trabalho realizado pela polícia, o congelador foi aberto, não se achou nenhum elemento estranho, ou órgão humano”, declarou Mário Arnaça, e anotou que as duas crianças que terão espoletado a revolta continuam desaparecidas. “Um trabalho duro de resgate está sendo feito pela polícia e o Sernic [investigação criminal] para conseguir trazer esses menores à sociedade”, acrescentou.

O tumulto começou quando um grupo saiu à rua e destruiu duas residências de um comerciante local, que dizem ser suspeito de ter raptado dois filhos dos seus empregados, após a população ter encontrado parte de órgãos humanos guardados em dois frigoríficos, tendo na sequência começado o confronto com a polícia que tentava dispersar os manifestantes.

O nome do suspeito já esteve associado a tentativas de rapto de menores e casos de tráfico de órgãos, abortados pela polícia, em Manica.

As autoridades judiciais colocaram a região em “alerta vermelho” em 2012, ao considerar “alarmante” a subida de casos de tráfico de pessoas e de órgãos humanos, muitos ligados à feitiçaria e outras práticas de enriquecimento ilícito.