O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, declarou ontem o estado de calamidade nacional após inundações catastróficas que fustigam o sudeste do país, causando mais de 440 mortos e 40 mil deslocados.
Segundo o Chefe de Estado sul-africano, diz a News24, “a designação de um desastre provincial é inadequada para lidar com os danos sofridos em KwaZulu-Natal. Este desastre tem implicações além de KwaZulu-Natal. Os danos no porto de Durban têm um impacto de longo alcance do que apenas em KwaZulu-Natal”.
Cyril Ramaphosa explicou que a tarefa imediata é abrigar as pessoas que foram deslocadas pelas inundações, que mataram, até esta segunda-feira, pelo menos 443 pessoas e outras 63 são dadas como desaparecidas.
Segundo Ramaphosa, “a vida, a saúde e o bem-estar de milhares de pessoas continua em risco”, acrescentando que “as inundações causaram grandes danos económicos e sociais”.
Ramaphosa, que visitou na semana passada as áreas mais afetadas em redor da cidade de Durban (atual eThkwini), salientou que porto de Durban, o mais movimentado no continente, “foi severamente afetado, estando o acesso rodoviário condicionado”. “A rota de acesso ao porto, que liga o resto do país, é frequentada diariamente por 13.000 veículos pesados”, frisou.
Ramaphosa assegurou que os preparativos para fornecer abrigos temporários às pessoas afectadas estão em andamento e espera-se que a construção dessas unidades comece até ao fim desta semana.
Ainda em relação às medidas para mitigar o sofrimento da população, a assistência financeira, através de um sistema de vouchers, está a ser disponibilizada às famílias de modo que reconstruam as suas casas parcialmente danificadas, acrescenta a News24, salientando o Presidente que advertiu sobre a necessidade de não haver espaço para corrupção.
Contudo, “um dos desafios mais urgentes nas áreas afectadas é garantir o fornecimento de água potável, comida e abrigo”, estando em curso, neste sentido, “um extenso trabalho para restabelecer os serviços básicos, como água, electricidade, saneamento e remoção de resíduos em várias áreas” de KwaZulu-Natal.
“Esses esforços estão a ser prejudicados por danos nos principais sistemas de abastecimento de água e inacessibilidade de algumas áreas. Portanto, o reparo em algumas dessas áreas levará tempo”, afirmou o Presidente sul-africano.
Prosseguindo, Ramaphosa informou que o Departamento de Água e Saneamento está a liderar os esforços para restaurar o abastecimento do precioso líquido em diferentes áreas do município de eThekwini, cujas infra-estruturas foram gravemente assoladas.
Na próxima semana, Ramaphosa vai solicitar uma sessão conjunta da Assembleia Nacional para garantir que supervisione as acções de socorro às populações, escreve a News24.
O Fundo de Solidariedade, criado no auge da pandemia da COVID-19, como plataforma para quaisquer acções de ajuda, abrirá uma conta bancária separada para os sul-africanos e parceiros internacionais doarem dinheiro para apoio.