Destaque Réu Monjane admite ter falsificado documentos

Réu Monjane admite ter falsificado documentos

José Monjane, constituído réu no caso do desvio de 113 milhões de meticais da Direcção Nacional do Trabalho Migratório (DTM), afirmou ontem em tribunal que recorreu a facturas e recibos falsos, passados pela empresa Vetabres-Agro-pecuária, propriedade do co-réu Hermenegildo Nhatave, para regularizar processos na instituição em 2014.

Ouvido pelo terceiro dia consecutivo, o réu disse, em resposta às questões colocadas pelo Ministério Público, representado pelo procurador Armando Parruque, que solicitou à empresa para passar facturas e recibos porque o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) estava a solicitar estes documentos no âmbito do processo em julgamento.

Explicou que tais documentos visavam justificar a aquisição de produtos e equipamentos diversos, na sequência de projectos de reinserção social dos ex-mineiros e seus dependentes na zona sul do país.

Clarificou que em 2014, numa data de que já não se recorda, deslocou-se ao distrito de Magude, província de Maputo, para negociar as facturas e recibos com Hermenegildo Nhatave, igualmente réu nos presentes autos.

Monjane disse não ter informado o co-réu Hermenegildo Nhathave que estes documentos estavam a ser solicitados pelo GCCC, mas sim que eram para regularizar alguns processos na DTM.

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Referiu que, aquando da aquisição de bens para os projectos de reinserção social dos ex-mineiros e seus dependentes, não teve acesso às facturas e recibos porque as lojas não emitiam estes documentos. Explicou que tais bens foram comprados nas províncias de Maputo e Inhambane.

O réu afirmou que a DTM não chegou a celebrar contratos com a empresa Vetabres-Agro-pecuária do réu Hermenegildo Nhatave para a prestação de qualquer serviço ou fornecimento de bens.

Relativamente aos 350 milhões de meticais depositados na sua sua conta, a partir de uma da DTM, o réu respondeu que não sabia do referido pagamento.

Acrescentou que parte do valor, que não precisou, foi usado na implantação dos projectos de reinserção social dos ex-mineiros e seus dependentes nas províncias de Maputo e Gaza.

Relativamente aos 660 mil meticais pagos à empresa Mulher e Investimentos, propriedade da esposa do Pedro Taimo, o co-réu José Monjane disse que são referentes aos pagamentos de material de construção para a implantação de projectos de reinserção social dos ex-mineiros e seus dependentes.