Mais de 610 manifestações armadas registaram-se nos Estados Unidos nos últimos dois anos, com aumento recente de protestos de movimentos pró-Trump, segundo análise divulgada pelo projeto de registo de conflitos ACLED, um ano depois do ataque ao Capitólio.
A análise do ACLED e da organização Everytown for Gun Safety, conclui que a ameaça de manifestações armadas não diminuiu entre o início de 2020 e o final de 2021, e que a taxa de protestos armados de movimentos pró-Trump aumentou ao longo do ano passado. Um ano após a invasão ao Capitólio norte-americano, verificou-se que as manifestações pró-Trump continuam a acontecer e têm maior probabilidade de serem armadas.
A percentagem de manifestações de apoiantes do ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump com uso de armas de fogo aumentou no último ano. A análise sustenta ainda que a “percentagem de manifestações armadas pró-Trump que ocorreram em zonas parlamentares aumentou em 2021, com 81,3% (26 de 32) a serem relatadas, em comparação com os 33,8% (27 de 80) em 2020”.
A grande maioria dos participantes são de extrema-direita (81,9%), de acordo com os dados revelados, sendo que os três principais grupos presentes em protestos armados desde 2020 são os Boogaloo Boys (movimento político de extrema-direita antigovernamental), os Three Percenters (grupo paramilitar de extrema-direita) e os Proud Boys (organização política neofascista de extrema-direita).
O ACLED e a organização Everytown for Gun Safety lembram que, apesar de as manifestações armadas em zonas parlamentares representarem um subconjunto, eventos como o ataque ao Capitólio, em 06 de janeiro de 2021, “salientam os perigos da atividade armada nesses locais”.
De acordo com o estudo das duas entidades, as manifestações armadas são 6,5 vezes mais propensas a tornarem-se violentas ou destrutivas do que os protestos sem armas de fogo.