Sete manifestantes morreram na segunda-feira (17) no Sudão, em um dos mais violentos dias de protesto contra o golpe de Estado do general Abdel Fatah al Burhan desde outubro.
Desafiando as patrulhas policiais e os militares munidos com armas pesadas, milhares de sudaneses voltaram a tomar as ruas em Cartum e em outros pontos do país. Na capital, os manifestantes foram reprimidos com “munições reais”, gás lacrimogêneo e canhões de água, informaram fontes médicas.
Desde o golpe de Estado de 25 de outubro, 71 manifestantes morreram. A polícia, por sua vez, indicou que um de seus generais foi esfaqueado até a morte na quinta-feira por manifestantes que, segundo o corpo armado, serão julgados com base nas leis de exceção que regem no país desde o golpe de Estado, quando foi decretado o estado de emergência.
A violência se prolongou por toda a tarde desta segunda-feira em Cartum, nos arredores do palácio presidencial, o antigo quartel general do ditador Omar al Bashir, que renunciou em 2019 pela pressão dos manifestantes nas ruas. Hoje, o palácio é a sede das autoridades de transição, controlada pelo general Burhan.
Os subúrbios da capital também foram palco de protestos reprimidos com violência. Em Omdurman, grupos de manifestantes queimaram pneus e levantaram barricadas para bloquear as estradas; em Cartum Norte, milhares de cidadãos foram às ruas aos gritos de: “Militares para o quartel!” e “Não tem como voltar atrás!”.