Internacional Forças de segurança usam gás lacrimogéneo para repelir manifestantes opositores no Sudão

Forças de segurança usam gás lacrimogéneo para repelir manifestantes opositores no Sudão

As forças de segurança sudanesas estão lançaram no sábado, gás lacrimogéneo para repelir os milhares de opositores do regime que se aproximam do palácio presidencial, em protesto contra a repressão no país.

A multidão está já à entrada do Palácio de Cartum – onde está sediado o Governo de transição liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, responsável pelo golpe de Estado de 25 de outubro – procurando retirar os feridos após o lançamento de bombas de gás lacrimogéneo.

Desde as primeiras horas de sábado (25), que as autoridades do Sudão estão a tentar bloquear o país: primeiro, silenciaram a Internet móvel, depois as comunicações telefónicas deixaram de funcionar e, finalmente, os manifestantes que planeavam chegar ao palácio presidencial descobriram que, durante a noite, guindastes depositaram contentores nas pontes sobre o rio Nilo.

Ainda assim, os manifestantes resistiram, protestando contra o regime militar e do primeiro-ministro civil, Abdallah Hamdok, que foi reconduzido no seu cargo após o golpe de Estado, após ter concordado com a situação política imposta, nomeadamente a extensão do general Burhane à frente do país por dois anos.

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Há menos de uma semana, no terceiro aniversário da revolução que em 2019 colocou um fim a 30 anos da ditadura militar islâmica de Omar al-Bashir, os apoiantes de um regime civil mostraram nas ruas que ainda preservam a capacidade de se mobilizar.

Nessa altura, as forças de segurança dispararam munições reais e bombas de gás lacrimogéneo sobre centenas de milhares de pessoas que saíram às ruas e, segundo a ONU, chegaram mesmo a recorrer a uma “arma” já usada em Darfur, durante o conflito: o estupro.