Cerca de 30 organizações da sociedade civil guineense exigem a responsabilização criminal do Presidente e saúdam a decisão do Parlamento de anular o acordo de petróleo com o Senegal, assinado por Umaro Sissoco Embaló.
Três dias depois de a Assembleia Nacional Popular (ANP) ter anulado o acordo com o Senegal para a exploração de hidrocarbonetos na Zona Económica Conjunta, 27 organizações da sociedade civil ergueram a voz, na sexta-feira (17), contra a forma como o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, lidou com o processo.
Na nota lida em conferência de imprensa pelo vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, as organizações criticam o chefe de Estado por ter ocultado a assinatura do Acordo de Gestão e Cooperação com o Senegal, há mais de um ano.
Condenam “sem reservas” o comportamento do Presidente da República, “traduzido na assinatura de um acordo secreto com a República do Senegal, manifestamente alheio aos interesses da Guiné-Bissau e do seu martirizado povo.”
As 27 organizações exigem a responsabilização criminal dos envolvidos na assinatura do documento. Exortam, por isso, “a ANP e o Procurador-Geral da República no sentido de desencadearem procedimentos administrativos e penais tendentes à responsabilização criminal dos autores morais e materiais implicados neste ato de traição à pátria, previsto e punido nos termos do Código Penal, em vigor na Guiné-Bissau.”