O crime organizado no México recruta menores após contatá-los por meio de videogames na internet, denunciou o governo na quarta-feira (20) depois do resgate de três crianças que estavam desaparecidas.
“Existem jogos de PlayStation, Xbox e Nintendo em que, a partir do anonimato, entram em uma relação pela internet (com menores) e iniciam esse processo de persuasão, de recrutamento”, disse o subsecretário de Segurança e Proteção ao Cidadão, Ricardo Mejía.
Este fenômeno se estende a redes sociais como TikTok e Instagram, acrescentou o funcionário durante a coletiva matinal do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
Segundo Mejía, às vezes menores são designados para trabalhos de vigilância para alertar sobre a presença de autoridades.
Enquanto jogam online, os criminosos usam nomes de usuário como “CJNG, CDN (siglas para Cartel Jalisco Nova Geração e Cartel do Nordeste), sicai0os, c4art3l e outras variantes”, contou o subsecretário.
Mejía afirmou que em 9 de outubro as autoridades resgataram três menores em uma casa no estado de Oaxaca (sul) e capturaram uma mulher que tentava transferi-los para Nuevo León (norte).
Os menores, de 11 a 14 anos, declarados desaparecidos, eram jogadores de Free Fire, um jogo gratuito.
O menor “começou uma amizade com um usuário” que, após obter seu número de telefone, “ofereceu a ele um emprego em Monterrey (Nuevo León), cujas funções seriam ficar em um morro conferindo a radiofrequência e avisar se houver uma presença policial, com um salário mensal de 8 mil pesos (400 dólares)”, explicou o responsável.