Internacional Vice-presidente da oposição foi inibida de se candidatar após ser processada pelos...

Vice-presidente da oposição foi inibida de se candidatar após ser processada pelos crimes

O principal partido de oposição da Nicarágua sofreu outro revés na quarta-feira (04) após a inibição de sua candidata a vice-presidente, a ex-miss Berenice Quezada, em meio a uma onda de prisões e ações judiciais contra opositores, antes das eleições de novembro.

Quezada, candidata à vice-presidência do partido de direita Aliança Cidadãos pela Liberdade (CxL), foi inibida após o Ministério Público anunciar que ela será processada pelos crimes de “provocação, proposição e conspiração para cometer atos terroristas”.

A lei nicaraguense proíbe que pessoas sob investigação judicial concorram a cargos eletivos.

Quezada havia sido registrada na segunda-feira no tribunal eleitoral como companheira de chapa do candidato à presidência Oscar Sobalvarro, um ex-guerrilheiro da extinta contra-revolução que os Estados Unidos financiaram na década de 1980 contra a revolução sandinista do atual presidente Daniel Ortega.

Mas declarações polêmicas que ela fez ao sair do tribunal chamaram a atenção de um grupo de apoiadores do governo, que na terça-feira a acusaram perante a Procuradoria de Direitos Humanos de “incitar ao ódio” e pediram sua inibição.

Recomendado para si:  Sudão: Bombardeamento em maternidade provoca oito mortos no Darfur

Na ocasião, ela defendeu a libertação dos “presos políticos” do governo e apelou ao povo para votar “como fez nas ruas” nos protestos antigovernamentais de 2018, cuja repressão deixou pelo menos 328 mortos e 2 mil feridos, de acordo com grupos humanitários.

Segundo o CxL, Quezada foi detida na terça à noite em sua casa pela polícia. Fontes do partido afirmam que sua prisão foi suspensa.

A Procuradoria informou que a acusação contra Quezada foi admitida na terça-feira por um tribunal de Manágua e que solicitou que o processo “seja conduzido em liberdade”.