A polícia de Moçambique impediu, ontem (17), o Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD) de submeter ao Tribunal Administrativo uma contestação contra a construção de portagens na circular de Maputo.
O diretor-executivo do CDD, Adriano Nuvunga, que lidera este protesto, disse que não estava à espera de uma presença tão significativa das forças de ordem para impedir a simples submissão do documento “Ação Popular Contra as Portagens”.
“Encontrámos um aparato policial que dava a ideia de que estava a caçar criminosos”, disse.
Segundo Nuvunga, a compreensão do grupo é de que a polícia estava ali para “ameaçar e perturbar o foco da ação”, que é “uma ação popular contra o estabelecimento de portagens na circular”, argumentou.
Para quem conhece a política nacional de estradas, ela é clara: o setor privado pode participar nas estradas, mas ele tem que [primeiro] construí-las e depois estabelecer as portagens”, disse Nuvunga. No caso da circular, que foi construída com dinheiros públicos, as portagens não se aplicam.
O membro do CDD disse ainda que as portagens iriam acrescentar sofrimento à população já em dificuldades por causa da atual crise no país. “Não faz sentido ter portagens”, acrescentou Nuvunga.