Mateus Zimba, um dos réus do “Caso Embraer” e ex-gestor da petroquímica sul-africana Sasol, não esteve nas negociações de compra e venda das duas aeronaves da marca Embraer, modelo E-190, às Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), entre 2008 e 2009.
A afirmação foi feita na terça-feira (23), em sede da 8ª Secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, por Patrice Candaten, antigo responsável de vendas da Embraer para África e chefe do grupo das negociações com a LAM.
Candaten foi arrolado como testemunha para ajudar na produção de provas, sendo considerado “peça-chave” nas negociações.
O depoente, que foi ouvido através de vídeo-conferência, a partir da França, uma vez aposentado, disse ao tribunal que teria ficado indignado face ao pedido de “gesto” do réu Mateus Zimba porque não esteve envolvido em todo o processo, antecedido de vários estudos de viabilidade, que durou mais de sete anos.
Afirmou que conheceu pessoalmente o arguido, em Maputo, no acto de entrega dos aviões.
Segundo ele, para além da LAM e da Embraer, não existia nenhuma outra empresa envolvida e que tenha ajudado na materialização do negócio, quer em Maputo, quer no Brasil.
Para o caso em concreto, tal como referiu, não havia empresa legal, sendo que durante os sete anos de negociações do contracto de compra e venda entre as duas entidades não houve nenhum agente da comissão de venda.
A testemunha disse que todas as negociações foram feitas com José Viegas, co-réu neste processo e ex-presidente do Conselho de Administração da LAM.
Respondem, igualmente, ao Processo sob no 52/GCCC/2016-IP, o co-réu Paulo Zucula, então Ministro dos Transportes e Comunicações sob acusação de uso do contrato de compra e venda de dois aviões Embraer E-190, como meio para a obtenção de vantagens patrimoniais, tendo o réu Mateus Zimba recebido 800 mil dólares americanos (57,6 milhões de meticais ao câmbio actual).