Internacional Mundo Morreu Hosni Mubarak, o último “faraó” do Egipto

Morreu Hosni Mubarak, o último “faraó” do Egipto

Após 30 anos no poder no Egito, em 2011 Hosni Mubarak foi derrubado por uma revolta popular no âmbito da Primavera Árabe. Morreu ontem (24) no hospital militar de Galaa, no Cairo. Tinha 91 anos.

A morte de Mubarak foi confirmada à AFP pelo seu cunhado, o general Mounir Thabet. Este garantiu que o funeral será organizado pela presidência do Egito.

Em 2017, aquele que era conhecido como o último “faraó” do Egito foi libertado, tendo sido ilibado da maior parte das acusações.

Em janeiro, o ex-presidente foi submetido a uma cirurgia e o neto colocou uma foto com ele no Instagram.

Condenado a prisão perpétua por não ter impedido as forças de segurança de matar mais de 800 manifestantes durante a revolta popular, foi transferido para a prisão de Tora, nos arredores sul do Cairo. As imagens do antes todo-poderoso Mubarak a ser julgado em tribunal dentro de uma espécie de jaula correram mundo.

Nascido numa pequena aldeia da província de Menofya, no delta do Nilo, em 1928, Mohammad Hosni Said Mubarak formou-se aos 21 anos na Academia Militar Egípcia. No mesmo ano, em 1949, transitou para a Força Aérea. Pilotou Spitfires e tornou-se instrutor de voo. Foi na Força Aérea que assistiu ao golpe que levou o general Gamal Abdel Nasser ao poder em 1952. Sete anos depois, e já passada a crise do canal de Suez, foi para a União Soviética aprender a pilotar bombardeiros.

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Já chefe do Estado-Maior da Força Aérea durante a Guerra do Yom Kippur, em 1973, Mubarak tornou-se uma figura de destaque devido ao papel da aviação egípcia no conflito. Figura fundamental no planeamento do ataque de surpresa contra as forças israelitas que deu início ao conflito, tornou-se um herói nacional. Em 1974, foi promovido a marechal. Um ano depois, seria escolhido para a vice-presidência do país.

Após o assassínio de Sadat em 1981 e durante as décadas de 1980 e 1990, Mubarak venceu três eleições sem oposição, a primeira das quais, um referendo sobre a sua ascensão a presidente, com 98% dos votos. Só em 2005 é que a oposição foi a votos, após intensa pressão internacional.