Destaque Ministro da defesa sudanês anuncia detenção do presidente Omar al-Bashir

Ministro da defesa sudanês anuncia detenção do presidente Omar al-Bashir

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, foi deposto pelo exercito do país, depois de meses de protestos e 30 anos no poder.

Segundo o vice-presidente e ministro da defesa,  o general Awad Mohamed Ahmed Ibn Auf, deu conta numa conferência de imprensa na televisão estatal, al-Bashir foi detido e o país será governado por um conselho militar presidido por si durante um período de transição de dois anos, que será seguido de eleições. De acordo com a BBC, foi ainda declarado o estado de emergência durante três meses.

O presidente destituído está, segundo a CNN, em prisão domiciliária e a sua equipa de segurança substituída por membros do exército.

Ahmed Ibn Auf revelou ainda durante a declaração que a constituição sudanesa será suspensa e as fronteiras fechadas por tempo indeterminado. O espaço aéreo vai ser encerrado durante 24 horas.

Protestos a pedir a renúncia do presidente já decorriam desde o passado sábado nos arredores do complexo militar de Cartum. Omar al-Bashir, que há muito tempo é indesejado em vários países do continente africano e que é alvo de acusações por parte de instâncias jurídicas internacionais por genocídio, governou o Sudão durante mais tempo do que qualquer outro líder desde que o país se tornou independente em 1956.

O Comité Central de Médicos do Sudão, uma organização sindical da oposição, afirma que aumentou para 22 o número de mortos, desde sábado, entre os quais cinco militares que defendiam os manifestantes dos elementos do corpo de polícia.

A mesma organização refere que 153 pessoas ficaram feridas, sendo que um número “significativo” de feridos se encontra em estado grave pelo que admite que o número de mortos pode aumentar nos próximos dias.

Omar al-Bashir chegou ao poder em 1989 como um general pouco conhecido. Durante os seus 30 anos no poder espalhou a guerra pelo seu país, com o seu regime a bombardear civis com aviões, a cometer crimes de guerra, contra a humanidade e a levar a cabo genocídio na região de Darfur.

Os protestos tiveram inicio em meados de Dezembro passado, pelos preços altos e inflação, mas logo acabou por se voltar contra o presidente.

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