Internacional Lula nega ter havido corrupção na escolha da Rio 2016

Lula nega ter havido corrupção na escolha da Rio 2016

O ex-presidente brasileiro Lula da Silva afirmou esta terça-feira em depoimento à justiça nunca ter sabido de qualquer “negociata” ou “trapaça” para que a cidade do Rio de Janeiro fosse escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

O antigo presidente, que está preso desde 7 de Abril em Curitiba por outro caso de corrupção, no qual foi condenado a 12 anos e um mês de cadeia, depôs à justiça do Rio de Janeiro por videoconferência.

Ao juiz da operação anti-corrupção Lava Jato no Rio, Marcello Bretas, Lula declarou que pediu votos para a Rio 2016 a inúmeros chefes de Estado e a autoridades olímpicas de vários países, mas que isso é normal e não envolveu qualquer tipo de suborno ou outra irregularidade. No seu depoimento, o antigo chefe de Estado reafirmou que também não soube que outras pessoas tenham pago suborno a membros do Comité Olímpico Internacional para que escolhessem o Rio de Janeiro.

Lula foi ouvido como testemunha de defesa do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, também preso por corrupção em outros processos. Neste, Cabral e outros arguidos, entre eles o ex-presidente do Comité Olímpico Brasileiro Carlos Arthur Nuzman, são acusados de terem pago suborno a delegados de países africanos para votarem no Rio de Janeiro para sede dos Jogos Olímpicos.

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Os países africanos votaram em peso pela escolha do Rio, mas, segundo Lula da Silva, isso já era esperado e é absolutamente normal. No seu depoimento desta terça-feira, que durou cerca de 50 minutos, Lula lembrou que fez nada menos de 34 viagens a inúmeros países africanos durante os seus dois mandatos e que construiu uma relação muito forte com os governantes e outras autoridades africanas, e uma relação de verdadeira irmandade entre a África e o Brasil, pelo que nada mais normal do que os representantes dessas nações votarem pelo Rio de Janeiro.

Mais magro após quase dois meses na cadeia, Lula estava no entanto bem humorado. Por duas vezes até brincou com o juiz do caso, Marcello Bretas, a quem chegou a convidar para um comício seu no Rio de Janeiro, caso, o que parece neste momento extremamente improvável, seja libertado e possa disputar as presidenciais de Outubro, cujas sondagens lidera apesar da condenação.

CM