Destaque Presidente sudanês ordena fecho de 13 embaixadas no estrangeiro

Presidente sudanês ordena fecho de 13 embaixadas no estrangeiro

O Presidente sudanês ordenou o encerramento de 13 embaixadas no estrangeiro e uma redução de funcionários no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Cartum alegando a grave crise económica que o país atravessa, noticiou hoje a agência noticiosa estatal.

Segundo a SUNA, a decisão de Omar al-Bashir surge duas semanas depois da exoneração do chefe da diplomacia sudanesa, Ibrahim Ghandour, que tinha afirmado publicamente que os diplomatas em posto no estrangeiro não recebiam o ordenado há vários meses.

Num decreto, o chefe de Estado sudanês ordenou o encerramento das 13 missões diplomáticas, que a SUNA não precisou, limitou a uma pessoa o pessoal diplomático em sete outras missões e a redução de 20% do número de pessoal administrativo em todas as outras embaixadas.

Al-Bashir decidiu também suprimir totalmente o pessoal administrativo na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Cartum, onde os diplomatas ficarão, doravante, encarregados de todos os procedimentos.

O decreto não especifica qual o número global de postos que serão afectados pelos cortes orçamentais.

“As decisões foram tomadas de forma a garantir poupanças, face à situação económica” do país, indicou a SUNA.

Ghandour foi o primeiro responsável político a dar conta da grave situação que afecta o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Sudão, indicando que grande número de diplomatas no estrangeiro pretendia regressar ao país para exigir o pagamento dos salários em atraso.

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Na sequência das suas declarações, Al-Bashir demitiu-o imediatamente, não tendo nomeado ainda qualquer sucessor.

O ex-chefe da diplomacia sudanesa foi o artífice, em Outubro, do levantamento das sanções económicas impostas ao Sudão pelos Estados Unidos em 1997.

Apesar de as autoridades de Cartum terem decidido reformar a moeda nacional, a Libra sudanesa, o valor cambial não tem parado de descer.

Segundo indica a agência noticiosa France-Presse (AFP), os bancos e os investidores estrangeiros estão a agir com “muita cautela”.

A AFP lembra ainda que os Estados Unidos, apesar de terem levantado as sanções económicas, ainda mantêm o Sudão na lista de países que apoiam o terrorismo.

O Banco Mundial, por seu lado, sugeriu o fim das restrições entre os mercados cambiais oficiais e paralelos, de forma a tentar impulsionar a economia, defendendo, ao mesmo tempo, um vasto conjunto de reformas económicas.

Mas todo o processo suscitou controvérsias.

A decisão do Governo de confiar as importações de cereais ao sector privado gerou nos últimos meses um grande descontentamento entre a população, sobretudo depois do aumento, para o dobro, da grande maioria dos preços dos bens de primeira necessidade.

Além das sanções, realça a AFP, a economia sudanesa sofreu um “duro golpe” com a secessão do Sudão do Sul, em 2011, que a amputou da grande maioria das receitas petrolíferas.

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