A Mcel anunciou que não haverá aumentos salariais na empresa, como consequência da “situação financeira frágil e difícil” que enfrenta.
“O conselho de administração e o comité dos Trabalhadores da Mcel concluíram o processo de negociação salarial, tendo chegado a acordo de que não haverá aumentos no decurso de 2018“, lê-se num comunicado enviado à Lusa.
O conselho da administração da empresa garantiu, no entanto, que haverá 13.º mês para os trabalhadores, apesar dos maus resultados que a empresa tem registado.
A empresa atravessa um momento de crise e, como consequência da “situação financeira frágil e difícil”, o Governo decidiu fundir a companhia com a empresa de Telecomunicações de Moçambique (TDM).
O Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), que gere os interesses do Estado moçambicano nas empresas públicas, nomeou em Junho o conselho de administração que está a conduzir a fusão entre as operadoras de telecomunicações Mcel e a TDM.
A medida enquadra-se na reestruturação do sector público empresarial, face à situação financeira difícil em que a maioria das empresas públicas moçambicanas se encontra.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem apontado nos últimos meses a necessidade de o Estado moçambicano rever a sua carteira de participações, no âmbito das medidas de controlo do défice público.
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), principal associação patronal do país, propôs ao Governo que aceite um reescalonamento da dívida do Estado às empresas, visando a recuperação da liquidez do sector privado.
As finanças públicas moçambicanas passam por uma conjuntura de grande aperto, devido à crise económica que o país enfrenta nos últimos meses.
Em 2016, o Produto Interno Bruto de Moçambique registou o crescimento mais baixo das últimas décadas, quedando-se nos 3,8%, prevendo-se para este ano uma subida modesta, para 4,7%.
AIM