Destaque Estado sul-africano exige retirada de livro sobre Zuma

Estado sul-africano exige retirada de livro sobre Zuma

A Agência de Segurança do Estado (SSA), na África do Sul, exigiu sexta-feira a retirada do mercado de um novo livro explosivo sobre o Presidente Jacob Zuma.

Da autoria do jornalista de investigação Jacques Pauw, o livro “The President’s keepers” , ou “Os guardas do Presidente”, ameaça expor os erros cometidos pela Administração Zuma, implicada em escândalos repetitivos de corrupção.

Cerca de 20 exemplares deste livro já foram vendidos desde a sua publicação no início da semana passada, e a NB Publishers encomendou novas impressões.

A obra identifica actores locais do comércio do tabaco, responsáveis da Polícia e serviços secretos a trabalharem juntos para evitar a prisão de Zuma por novos casos de corrupção.

Afirma igualmente que Zuma foi empregado por uma empresa privada, que lhe pagava um salário de cerca de cem mil dólares americanos depois da sua eleição à Presidência, em 2009.

A SSA considerou que o autor e a editora que divulgou o livro violam a lei dos serviços secretos.

A editora confirmou ter recebido uma carta da SSA a pedir a retirada da circulação do livro e a supressão de algumas das suas passagens.

A SSA ameaçou recorrer à Justiça para “proibir a distribuição, a impressão, a divulgação ou a  promoção deste livro”, se a editora se recusar a retirá-lo da venda e “encetar perseguições penais”.
A editora NB Publishers anunciou o seu apoio a Pauw e ao livro, e declarou-se pronta para se defender contra qualquer acção judicial.

Zuma falou deste livro quarta-feira passada diante do Parlamento, declarando que “não recebi nenhum pagamento de indivíduo ou de empresas durante o meu mandato enquanto Presidente, além do que declarei ou assinalei às autoridades competentes”.

Minimizou igualmente o ressentimento crescente do público a seu respeito, e lembrou que aparecem  diariamente na imprensa “muitos artigos sobre mim e pessoas que falam na televisão e na rádio”.

O meu sentimento é que estas alegações são feitas porque lidero o maior partido do país que está no Governo e que tentam encontrar meio para enfraquecer o Presidente”, comentou.

Diário de Moçambique