Curiosas ‘Sultão’ angolano Tchikuteny já teve 217 filhos em “missão de Deus”

‘Sultão’ angolano Tchikuteny já teve 217 filhos em “missão de Deus”

De vara em punho e óculos de sol sempre à mão, Francisco Sabalo Pedro, angolano e ex-militar da tropa colonial portuguesa, conta que ainda sabe de cor, aos 68 anos, os nomes de todos os filhos e que os reconhece na rua. Nada de especial, não fosse o caso de ter sido pai a cada cinco meses em 40 anos.

É na verdadeiramente desértica aldeia da Ilha do Mungongo, na província do Namibe, que o ‘sultão’ Tchikuteny, como também é conhecido localmente, vive com a esposa, a “Dona Eva”, com quem se casou em 1975, e grande parte das actuais 42 outras companheiras.

Pelo meio há um registo oficial de 167 filhos vivos e mais 50 que já morreram.

“Elas não estão pelo modo carnal, mas pelo espiritual”, começa por explicar à Lusa, debaixo de um sol escaldante, o “pai grande” do Namibe, fundador da Igreja de Jesus na Cruz da Missão do Evangelho, que está na origem da família Tchikuteny, já lá vão mais de 40 anos.

Recomendado para si:  Instrutor de paraquedismo morre ao cair do avião sem paraquedas em Nashville

“Nasceram-me 217, os outros morreram. O último foi em 2014, era um miúdo de oito anos que caiu à lagoa. Custa-me muito”, desabafa, pausadamente e de expressão clara, para logo de seguida recordar a empresária de 40 anos, que é a sua filha mais-velha.

A história de Francisco Sabalo Pedro escreve-se ainda na tropa colonial portuguesa, em Luanda, onde prestou serviço e aprendeu a ler e a escrever. Depois de desmobilizado com a independência de Angola, regressa ao Namibe para fundar a igreja, começando a alfabetizar o povo local e a explicar a doutrina da bíblia.

“Avanço com o evangelho, tirando as pessoas do obscurantismo deste povo, que não tinham conhecimento de Deus“, recorda, explicando em simultâneo que é o “domínio espiritual”, juntamente com a protecção e o apoio, que as mulheres ainda procuram nele. Tudo sempre explicado com diferentes e várias passagens da bíblica, que sabe de cor.

JN