Cerca de 17 oftalmologistas estão desde esta terça-feira até a próxima sexta-feira a beneficiar de uma formação em técnicas de pequena incisão para cirurgia de catarata no país.
A catarata é a primeira causa de cegueira em Moçambique e está presente em todas as províncias particularmente Moçambique. Para se saber a prevalência da catarata, foi feito um estudo em Nampula e Sofala.
Mariamo Abdala, Chefe do Programa Nacional de Oftalmologia disse que os resultados do estudo mostraram que 7 porcento da população de Nampula sofre desta enfermidade e o mesmo aconteceu em Sofala.
“A catarata continua sendo a primeira causa de cegueira e felizmente é curável. Por isso estamos reunidos para termos técnicas compatíveis para dar vazão a espera de doentes que estão cegos por cataratas”, referiu.
Abdala explicou que ao nível do país, todas capitais provinciais tem pelo menos um médico oftamologista capaz de operar a catarata mas não é só ter especialista mas sim um médico com capacidade de operar a enfermidade que tenha materiais consumíveis para realizar a operação.
“Por dia, por exemplo no Hospital Cental de Maputo (HCM) são operados seis a sete doentes por dia por cada cirurgião, isso é muito pouco para aquilo que é a necessidade do país”, assegurou.
Estima-se que 1 porcento da população do país tem cegueira, sendo 50 porcento causado pela catarata. O ideal seria um cirurgião fazer 500 cirurgias por ano.
“Nós, no país fazemos apenas 8 mil cirurgias de cataratas por ano, um país que necessitava de fazer 45 mil operações mas porque somos apenas 25 oftalmologistas de entre os nacionais e estrangeiros não é possível dar essa vazão”.
Por outro lado, segundo Mariamo Abdala a técnica que se usava era extra-capsular que leva mais tempo, e os doentes eram internados, e levavam anestesia no olho.
“A nova técnica vai permitir fazer a incisão no olho menor, o tempo de cirurgia que era de 30 minutos por vários factores será de 10 minutos fazendo com que mais doentes sejam operados em um dia”, garantiu.
Ainda de acordo com Abdala, esses doentes não precisarão de ser internados e não levarão pontos no olho ao contrário da técnica anterior.
