Os Vendedores informais de carne de Vaca, no Mercado Xipamanine, nos arredores da cidade de Maputo, ameaçam subir o actual preço de carne de 150 meticais por quilograma (kg) para 170 meticais relativos a guisado e de 200 para 220 meticais correspondentes a bife. Os mesmos apontam como principal factor o aumento de 5 meticais de taxa, contra 1.5 meticais iniciais.
O facto deve-se actual situação de pagamento de taxas no matadouro relativo ao cumprimento de serviço por parte daquela instituição, nomeadamente, a limpeza dos braços, a remoção da pele, e abate do animal.
Trata-se de comerciantes informais, que dedicam-se a venda de carne de Vaca, que no seu entender o Conselho Municipal de Maputo cidade, nada esta a fazer para minimizar a situação desde que concedeu o matadouro a um proprietário de nome Sueiro.
Para os vendedores a situação esta a piorar a cada dia que passa, pois com o agravamento das taxas, nada lhes resta para atender assuntos da sua vida particular, bem como pagar os seus empregados que ajudam na finalização do trabalho, também apontam como principal facto a subida do preço de cada cabeça no local de compra.
Cármen Janete, comerciante a 15 anos no mercado de Xipamanine, afirmou durante uma entrevista cedida ao MMO, que a subida das taxas impede o desenvolvimento normal das suas actividades e, de outros que dedicam-se a este comércio para ganhar a sua vida de uma forma humilde e honesta.
A interlocutora foi mais longe contestando esta prática que no seu entender, pode influenciar a subida de preços, pois com o actual cenário evidenciado pelo matadouro as suas receitas ficam reduzidas.
ʺEu penso que o Município deve resolver esta situação, porque já passou dos limites, antes pagávamos 1.5 meticais de taxa por quilograma, mas agora a taxa subiu para 6.5, isto não é bom, pois não ganhamos nada. Todo o lucro fica no matadouroʺ desabafou Cármen.
A nossa interlocutora avançou ainda que, para além da subida das taxas, as estradas estão na origem, ʺquando chove a estrada fica cheia de água e nós não temos como transportar a carne para as nossas bancas, também as bancas não estão em boas condições, enquanto pagamos uma taxa diária de 12 meticaisʺ.
A carne ora transportada e vendida vem de diferentes pontos de país, entre eles figuram a província de Gaza, de Maputo, os distritos de Maracuene, Manhiça, Magude, Boane, entre outros. A compra de cabeças é feita por criadores, ou comerciantes que deslocam-se aos pontos de vendas para comprarem e, posterior fazem venda a grosso.
Santos Andrade, outro vendedor disse a comercialização de carne esta a ganhar outros contornos. Segundo ele, actualmente existem outras pessoas que dedicam-se a este tipo de negócio.
ʺEu vendo quase todo tipo de carne, quer de Gazela, Porco, Cabrito, ou de Vaca, faço isto porque actualmente somos muitos que fazemos o mesmo negócio. Aqui no mercado temos dificuldades da própria organização, as bancas estão de qualquer maneira, quando chove não vendemos, mas o Conselho Municipal todos os dias cobra taxa de 12 meticais que, não sabemos a sua finalidadeʺ, esclareceu Santos Andrade.
Os comerciantes dizem que foram convencidos a abandonar o abate ilegal destes quadrupedes, como forma de evitar a venda de carne contendo infecções, ou roubada, mas também exigem que a sua inquietação seja resolvida pelo Município, uma vez acolhido os pronunciamentos deste órgão que no seu entender são importantes, pois ajudam na preservação de saúde de cidadãos.