Depois do empate histórico que os Mambas arrancaram no terreno Zambiano, acreditava-se que contra o Níger seria mais um jogo para gritar vitória, já que esta selecção não tem grandes andanças na arena desportiva. Mas a esperança de vencer foi atirada abaixo das expectativas.
O estádio Nacional de Zimpeto estava super lotado de adeptos que se dirigiram àquele recinto Desportivo para acompanhar de perto o desenrolar da partida, que era esperada com tanto entusiasmo. No pleito gritava-se “Vitória, Vitória, Vitória”, mas esta Quarta-feira a sorte não foi para os Mambas, que não foram para além de um empate a uma bola (1-1).
Antes do início do duelo entoaram-se os hinos Nacionais de cada país, ou por outra, observou-se um minuto (1) de silêncio conforme mandam as normas do desporto quando se trata de mais uma cruzada de selecções, bem como de equipas para um confronto de futebol.
Posto isso, aplausos e gritos não faltavam. A emoção reinava no seio dos fãs, que tanto se deixavam levar por ela, fazendo o contrário, “controla a emoção rapaz e não deixa que ela tome conta de ti”, mas como já havia dito a emoção ditava as regras nas bancadas.
O jogo começou com Moçambique a pressionar o adversário, sem dar campo de actuação, logo aos quatro minutos (4), os homens comandados por João Chissano já se beneficiavam de três cantos, tendo o último resultado numa grande penalidade.
Elias Pelembe mais conhecido por “Dominguez” conduziu o esférico para a grande área, onde veio a ser derrubado por Momade Aly. O árbitro da partida não hesitou, assinalou penalte, que foi cobrado pelo próprio Domingues, mas antes de cobrar, Mussa Mazou viu amarelo por protestos exagerados e falta de respeito. Mesmo com os protestos, “o puto maravilha”, não se intimidou e atirou alterando o placar para 1-0.
Já com vantagem, apenas ouvia-se hamuleza…hamuleza…hamuleza, era um verdadeiro delírio para os milhares de adeptos que se dirigiram ao estádio para testemunhar os feitos dos Mambas.
Depois do golo madrugador, os Nigerinos controlaram o jogo, dominando por completo os homens dirigidos por João Chissano, aos 22 minutos Yussufi remata forte mas sem grande perigo, passava o sufoco que serviu de alerta.
No minuto 26, Níger volta à carga desta vez com Mussa Momade que actua no AS Disiley do Congo, depois de receber um cruzamento vindo da esquerda apontou para a igualdade 1-1, para o desagrado dos adeptos.
Duas camisolas com o número 7 faziam história no primeiro jogo que colocou frente-a-frente as duas selecções. Terminava assim a primeira com os visitantes a dominarem a partida.
Esperanças reservadas para a segunda parte, enquanto os Nigerinos tentavam defender para manter vivo o empate era Moçambique quem mais atacava, aliás o técnico Chissano lançava mais homens no sentido de reforçar ainda mais o ataque.
Toda segunda parte foi dominada pelos homens da casa, mas sem grande proveito, pois tem se dito por mais que faça um bom espectáculo de futebol sem golo não há vitória.
Aos 63 minutos Simão Mate cabeceia para as mãos de Dauda Cassali, no momento em que se cobrava o quinto canto, onde apenas um deu conforto aos Mambas até ao minuto 26. Passavam mais dois minutos depois do lance de Simão, quando Josimar atirou-se para o chão já na grande área, tendo sido penalizado com uma cartolina “amarela”.
Era a turma moçambicana que mais atacava por vezes com perigo. Para refrescar e aumentar a potencialidade no ataque, Chissano lançou Hélder Pelembe em substituição a Zainadine Jr.
Decorridos 71 minutos Reginaldo recebe a bola na grande área, mesmo cara a cara com o guardião Cassali, a sua cabeça não teve pontarias afinadas para recolocar Moçambique na vantagem. Assim foi, mais um ish…ish…ish dos adeptos que esperavam mais um para gritar novamente, o tal que não aconteceu até ao minuto 90 + 5, tempo dado pela equipa de arbitragem.
Desde o início da segunda parte até ao fim do tempo de compensação, não se viu um ataque construtivo ou ameaçador dos Nigerinos, o empate parecia tudo que esperavam, uma vez que jogavam fora de portas, por vezes a deitarem-se ao chão para queimar o tempo, eu vi porque estava presente.
Já passavam 73 minutos quando o técnico do Níger começou a fazer operações no seu plantel, Dauda deu lugar à camisola 23 Suleimane. Com esta saída, João responde com mais um homem no ataque, aos 82 minutos Clésio entra para o lugar de Josimar.
Última hora, com o público já desgastado, os Mambas bailavam ao mesmo tempo que passeavam a classe, mas sem golo. Daí onde estava sentado apenas as bandeiras da FRELIMO, MDM, e RENAMO pairavam no ar, nem sei se estavam a fazer campanha ou apoiar a nossa selecção, mas o certo é que dominavam o estado Nacional.
Jogo esgotado, esperança enfraquecida, apenas um pum…pum…pum, gestos altos e agudos, e murmúrios caracterizavam os donos da casa que lançavam balões sem sucesso. Foi um jogo para ver, mas não para acreditar diziam os fãs.