Um grupo de agentes da força do movimento do presidente da República, Armando Guebuza, sentinelas do palácio da Ponta Vermelha, do Regimento de Protecção, da Casa Militar, presidência e reguladores de trânsito queixam-se de estarem a alimentar-se de comida podre, mormente carne.
Entretanto, o chefe da Casa Militar, Jorge Gune, refuta a acusação e diz que “tudo é mentira” e que os guardas comem como se estivessem num hotel. Em contacto com o Canalmoz para o contraditório, Gune disse que na Casa Militar há aviário e cria-se frango. E não é possível servir frango pobre aos agentes. Sobre outras carnes que também os queixosos disseram ser podre, Gune diz que também não é verdade.
Os queixosos dizem que, por exemplo, no dia 31 de Dezembro de 2013, uma parte dos agentes não tomou refeições por considerar que o frango grelhado com batata, servido naquele dia, estava deteriorado.
“Estamos a passar mal desde a entrada do novo chefe da Casa Militar. Temos vindo a comer comida podre. Hoje não é o primeiro dia, isto acontece de forma recorrente”, queixam-se.
Dizem que esta situação é do conhecimento dos chefes da cozinha, do refeitório, até do próprio chefe da Casa Militar, mas não resolvem este problema.
Diferenças nas refeições
Os queixosos dizem ainda que contrariamente ao que era feito antes, de algum tempo a esta parte ao chefe de Estado já não é dado a provar as refeições da Casa Militar, o que faz com que haja espaço para estas situações.
“Na Casa Militar as refeições são diferentes. Para os oficias, usam azeite, e para nós usam óleo e água. Antes eram destacados oficiais superiores para provar a nossa comida, mas agora já não fazem”, dizem.
Referem que desde o início do ano o chefe de Estado, Armando Guebuza, não prova a refeição da Casa Militar. “Sempre vinha alguém com dois pratos onde se servia comida para ele provar. Nessa altura tudo estava bom. Agora nem ele, nem os oficiais provam as nossas refeições”.
Cabazes da discórdia
As nossas fontes disseram que no mês de Dezembro, na Casa Militar, houve cabazes só para oficiais. Os guardas nada receberam.
“Os coronéis receberam cinco frangos e senhas para levantar produtos na Shoprite. Os tenentes-coronéis e majores receberam três frangos e senhas para levantarem produtos. Nós, soldados, não recebemos nada”, disseram.
Chefe da Casa Militar diz que é “tudo mentira”
O chefe da Casa Militar, Jorge Gune, classificou as acusações dos colegas de “mentiras”. Explicou que na Casa Militar há um aviário e cria-se frangos, não sendo possível que sirva frango deteriorado.
“É com muita pena que não posso convidar o vosso jornal para vir passar refeições connosco. Haviam de perceber que este quartel tem estatuto de um hotel”, disse general Gune.
Sobre os cabazes, diz também não ser verdade que somente os oficiais se tenham beneficiado. “Isso não sei. Toda a gente recebeu cabaz. Pode ter acontecido que alguém não tenha recebido cabaz da sua preferência. Não vou pelo desejo de cada um, mas, sim, pelo colectivo”, disse Gune.