Parte das mais de 350 famílias recentemente transferidas da zona da Matola “A” (Língamo), no Município da Matola, para o bairro Boquisso, concretamente em Chiboene, para dar lugar a investimentos a serem implementados na área, queixa-se de ter sido reassentada em terrenos propensos a inundações, estando neste momento chuvoso com as casas submersas.
A Reportagem do Canalmoz conversou na quarta-feira da semana passada com alguns afectados que disseram que quando foram transferidos em Maio deste ano pela edilidade da Matola foram reassentados numa área onde agora, nesta época chuvosa, as suas casas estão submersas.
As famílias disseram que têm garantias da edilidade da Matola que vão ser novamente reassentadas, mas em lugar seguro no mesmo bairro de Boquisso.
Ainda na semana passada, as famílias visadas dirigiram-se ao Conselho Municipal da Matola, onde alegadamente foram saber das compensações sobre esta segunda transferência.
Para serem transferidas da Matola “A”, o Conselho Municipal da Matola alegou que as famílias tinham alcançado um entendimento com a Épsilon Investimentos, Lda., empresa concessionária daquele espaço.
Na verdade, no processo de transferência daquele bairro para Boquisso, cada família teve apenas uma compensação de 35 mil meticais dada pela empresa e uma parcela providenciada pelo Conselho Municipal da Matola. Em relação à construção de casas e às despesas do material de construção, ficou encarregue às famílias.
Na última quinta-feira, o director municipal de Planeamento Territorial no Município da Matola, Abel Ricotso, em contacto com o Canalmoz disse que não tem informação de que parte das famílias estava reassentada num sítio propenso a inundações onde as famílias deverão ser novamente retiradas para lugar seguro.
Abel Ricotso prometeu que vai contactar o secretário do Boquisso “B”, para saber o que está a passar-se neste momento com a zona onde as famílias foram reassentadas, garantindo, por outro lado, que se vai pronunciar quando tiver alguma informação.
O Município da Matola acusa as famílias transferidas de terem construído ilegalmente no terreno concessionado a Épsilon Investimentos, Lda., daí que elas tiveram que se entenderem com a firma.
O entendimento alcançado pelas partes ditou a transferência das famílias para Boquisso.
Na Matola “A”, onde anteriormente viviam, para além da transferência das famílias, foram também demolidas as residências que tinham sido construídas naquele local.
Por um lado, sabe-se que é naquele mesmo espaço onde passa o traçado da estrada circular de Maputo e no âmbito da qual serão movimentadas mais de 1200 famílias nos municípios de Maputo e da Matola.
Para o efeito, 1.4 milhão de meticais serão investidos na indemnização dos proprietários das residências, de machambas e familiares de defuntos sepultados ao longo do traçado da secção 5 da estrada circular de Maputo.
Na Matola, a estrada circular vai atravessar cinco bairros, ligando a estrada N1 à N4, desde o bairro do Zimpeto, na cidade de Maputo, até ao bairro de Mahlampsene, na Matola.
No seu traçado, a estrada atravessa os bairros de Intaka, Matola-Gare, Matlemele, Nkobe e Nwamatibjana, num total de 74 quilómetros de estrada, comportando duas faixas de rodagem de automóveis em cada sentido.
A construção da via está a ser feita em secções, das quais 52 quilómetros de rodovia de raiz e os restantes 22 serão de reabilitação ou ampliação.