Moradores de Mapulene, no bairro da Costa do Sol, que viram recentemente suas residências destruídas e outras tantas ameaçadas, alegadamente para o arruamento do bairro, apontam “dedo acusador” ao secretário do bairro, Benjamim Panguana, de querer acomodar interesses individuais.
“É uma acção obscura que envolve o camarada secretário do bairro, a nossa zona foi parcelada e tem ruas com dez metros de largura”, disse o chefe do quarteirão, Emanuel Sanja.
Os moradores dizem que receberam uma carta em cujo conteúdo dava conta da necessidade de se fazer arruamento naquele ponto do bairro e que qualquer obstáculo que se encontrasse no trajecto seria demolido.
Os mesmos dizem não perceber a que arruamento Benjamim Panguana refere-se, pois o local em alusão já está parcelado e há marcos.
Para aqueles, a demolição das residências não passa de uma estratégia de Panguana de querer expulsá-los do local, que é muito concorrido por estar nas proximidades da estrada circular, para depois atribuir a outras pessoas.
Os nativos dizem que são retirados do local pelo facto de as suas residências serem “de construção precária”, ao mesmo tempo que apelam a quem de direito para mostrar-lhes “um lugar para os pobres.
Em conversa com o Canalmoz, Panguana confirma ter presenciado a demolição das casas para o alegado arruamento mas “como funcionário do Conselho Municipal”.
Num outro desenvolvimento, Panguana contradiz-se: “eles sabem que ali não se pode construir uma cabana qualquer” e acrescenta: “ninguém pode construir ali, é preciso muito dinheiro”.
Panguana deixa aqui subjacente a ideia de que a destruição das casas é parte de um plano de retirar os nativos, “pobres”, para ceder o espaço a pessoas com mais posses.
Sobre o campo, disse que não foi vendido, mas, sim, transferido para um outro lugar, mesmo sem especificar as razões da transferência.
Na quinta-feira da semana corrente, os moradores serão, como ficamos a saber, recebidos em audiência pela vereadora do Distrito Municipal KaMpfumo, Estrelinda Ndove.
As casas demolidas são seis, e outras tantas ameaçadas, pertencem ao quarteirão 83.
Canal Moz