Sociedade Criminalidade Moçambicano baleado pela Polícia

Moçambicano baleado pela Polícia

Este caso acontece numa altura em que a Justiça daquele país vizinho está a julgar outros nove agentes envolvidos na morte de um outro moçambicano, desta feita o taxista Mido Macia, torturado até à morte.

Jochina perdeu a vida ao ser atingido por uma bala nas costas, quando tentava fugir de uma equipa de patrulha da Polícia sul-africana que o surpreendeu com amigos a consumir cerveja na via pública. Uma vez que as leis sul-africanas penalizam a todos aqueles que forem encontrados a consumir álcool na via pública, Jaimito Jochina, assim que viu a equipa de agentes da Polícia, tratou de ensaiar uma fuga que o custou a vida. Com um tiro certeiro, um dos polícias da equipa de patrulha atingiu o jovem moçambicano, que caiu inanimado.

O corpo do jovem é transladado hoje para o distrito de Magude, província de Maputo, sua terra natal, onde será sepultado. Contudo, segundo José Manhique, conselheiro do consulado moçambicano em Joanesburgo, as autoridades moçambicanas estão a seguir de perto o caso e a dar todo o apoio necessário, como tem vindo a fazer noutros casos.

Conhecida a ocorrência, o Comando da Polícia em North West tratou de suspender toda a equipa que interpelou o jovem moçambicano para melhor investigar o crime. Vendo-se em apuros, os restantes colegas trataram de denunciar o agente que atirou a matar contra Jaimito Jochina, tendo aquele acabado por ser o único suspenso e aberto contra o polícia um processo-crime.

Ao que apurámos, o agente que matou o jovem moçambicano terá acusado níveis elevados de álcool no organismo. Tentou justificar a sua atitude, evocando embriaguez. Igualmente, tentou dizer que Jaimito Jochina era um criminoso.

Feitas as buscas ao corpo do jovem, os peritos da Polícia não apanharam nada que o ligasse a actos criminosos, senão uma garrafa de cerveja que estava a consumir. Na sua residência, a Polícia efectuou buscas e não encontrou nenhum elemento que o ligasse ao mundo do crime. Jaimito era apenas um simples mecânico que se dedicava à soldadura de escapes de viaturas nas ruas de North West.

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Aliás, segundo dados apurados pela nossa Reportagem junto de amigos da vítima, pesou muito a intervenção de alguns populares que testemunharam o crime, que trataram de desmentir, de imediato, a teoria do Polícia, que insistia em dizer que Jaimito Jochina estava a fugir porque era um criminoso. Os que testemunharam o macabro assassinato defenderam que ele apenas estava a fugir porque temia ser preso, pois estava a consumir álcool na via pública, o que é crime na RAS.

Rezam ainda as normas policiais que o agente só pode atirar para matar no caso de se tratar de um procurado pela justiça por crimes graves ou no caso de ser um indivíduo portador de arma de fogo. Nenhuma destas situações se enquadra na figura do jovem moçambicano, que acabou sendo morto por beber cerveja na via pública.

Uma vez reconhecer o erro do seu agente, o Comando da Polícia da Província de North West assumiu todas as despesas da transladação do corpo para Moçambique, bem como as despesas inerentes ao funeral da vítima no distrito de Magude.

Contudo, ainda não é certo se haverá compensação financeira por parte da Polícia sul-africana aos familiares da vítima. Este assunto, ao que soubemos, ainda está a ser estudado e só proximamente é que ficará definido.

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