Economia Agricultura No âmbito do PROSAVANA: Governo instala laboratório de solos

No âmbito do PROSAVANA: Governo instala laboratório de solos

“Com a instalação do laboratório estaremos em condições de aferir o teor de potássio, fósforo e outros elementos químicos considerados importantes para determinar o nível nutritivo de um determinado solo e saber se precisa ser adubado ou fertilizado”, explica Calisto Bias, director do projecto Pro-Savana.

Bias fez este pronunciamento semana passada momentos após a apresentação pública da experiência de desenvolvimento da savana tropical brasileira, como forma de se extrair ilações susceptíveis de serem exequíveis para o caso especifico de Moçambique.

Na ocasião, Bias referiu que o programa Pro-Savana tem por objectivo o desenvolvimento agrícola e rural da região do chamado “Corredor de Nacala”, que vai de Nacala-Porto (Nampula) a Cuamba (Niassa), com a finalidade de melhorar a competitividade do sector agrário, em termos de segurança alimentar, aumento da produtividade dos pequenos e médios produtores e a geração de excedentes agrícolas exportáveis.

Alguns participantes do evento reconheceram a importância do projecto. Contudo, entendem haver necessidade de se explicar à população sobre as reais intenções do projecto para não haver lugar a especulações a respeito do projecto.

“Circulam informações de que o Pro-Savana vai desalojar os camponeses das suas tradicionais áreas agrícolas para, no seu lugar, serem colocados empresários com maior capacidade de rentabilização das terras”, fez notar Luís Uamusse, da plataforma da sociedade civil.

António Muagerene é outro participante que alertou sobre a necessidade de se corrigir estas dificuldades de comunicação porque “casos existem em que alguns administradores dos distritos, onde o Pro-Savana será implementado, não sabem explicar o que realmente o programa visa como objectivo”.

Yutaka Hongo, da Agência de Cooperação Japonesa (JICA), instituição que apoiou a implementação do programa de desenvolvimento da savana tropical brasileira (que passou de uma simples terra tida como imprópria para agricultura para “celeiro” Brasileiro), explicou que uns dos principais problemas que o programa enfrentou na sua fase de implementação no Brasil, foram boatos.

“Circulou na altura um boato de que o programa tinha por objectivo reassentar no Brasil mais de 10 milhões de japoneses. A falta de circulação de informação pode ser aproveitada por pessoas com más intenções e fazer derrapar as coisas”, sustentou Hongo.

Para o sucesso do projecto no Brasil, Hongo avançou que houve o comprometimento dos líderes que ao longo dos vinte anos de implementação daquele projecto, governaram o Brasil, bem como a participação abnegada das famílias camponesas com relação ao programa.

“A chave do sucesso para o desenvolvimento agrícola no cerrado brasileiro, foram os agricultores organizados” – destacou Hongo.

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