Sociedade Criminalidade Polícias indiciados na morte de Mido Macia: Tribunal nega caução

Polícias indiciados na morte de Mido Macia: Tribunal nega caução

Assim, de acordo com o juiz da causa, Samuel Makamu, Meshack Malele, 46 anos de idade, Thamsanga Ncema,35, Percy Mnisi, 26, Bongumusa Mdluvi, 25, Sipho Ngobeni, 26, Lungisa Ewababa, 31, Bongani Kolisi, 21, Linda Sololo, 56, e Matome Walter Ramathon, 37, vão continuar na prisão até ao final do julgamento. Porque os polícias vivem e trabalham em Benoni, o tribunal ordenou que fossem transferidos para a cadeia de Boksbug, na área de Joanesburgo.

Entretanto, no dia 12 de Abril próximo, o tribunal volta a se reunir em mais uma sessão destinada à apresentação por parte do Ministério Público das provas materiais reunidas sobre o envolvimento dos polícias na morte de Mido Macia. O MP irá apresentar o ADN dos polícias, relatório balístico, fotos da vítima tiradas para provar a tortura sofrida, entre outros documentos para sustentar a acusação.

Polícias indiciados na morte de Mido Macia: Tribunal nega caução

Para a não atribuição da caução solicitada, o juiz Makamu apontou, de entre várias razões, o facto dos acusados poderem vir a interferir nas investigações, sobretudo com as testemunhas. No entender do tribunal, já havia indícios nesse sentido, uma vez que os acusados fizeram sumir as sapatilhas e a roupa ensanguentada que Mido Macia vestia quando foi torturado. E mais, o juiz considerou que os polícias não cumpriram o seu papel de passar multa ao finado pela transgressão cometida, tendo optado por lhe espancar e esconder o caso, uma vez que não abriram nenhum auto sobre a infracção cometida, o que só veio a acontecer depois do moçambicano ter perdido a vida.

Recomendado para si:  Primeiro-Ministro francês Sébastien Lecornu demite-se após apenas 27 dias

Outra das razões encontradas pelo tribunal para não conceder caução, prende-se com o facto de algumas testemunhas serem colegas dos acusados, que uma vez fora poderiam exercer alguma pressão sobre eles. Tanto mais que, segundo o tribunal, os colegas polícias pediram para que a sua identidade na hora de prestar o testemunho fosse ocultada.

A imagem do país também estava em causa., por causa da caução. Igualmente, não há condições para os nove polícias ficarem fora porque a ira da população, sobretudo da comunidade moçambicana, ainda é grande, daí que havia sérios riscos de serem linchados – justificou o juiz Samuel Makamu.