Sociedade Meio Ambiente Linha de Ressano continua em obras: Goba usada com restrições

Linha de Ressano continua em obras: Goba usada com restrições

Enquanto isso, a construção de pilares para a nova infra-estrutura no Km 26,9 da linha de Ressano, danificada na sequência do acidente, já foi cumprida em 50 por cento, esperando-se que o trabalho seja concluído até sexta-feira, amanhã. A etapa seguinte, de acordo com o director de Engenharia da Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, João Mabote, será a colocação dos cinco tabuleiros que vão substituir o anterior, destruído no incidente.

Sobre a utilização alternativa da linha de Goba, a nossa fonte não avançou números relativamente às mercadorias escoadas desde a adopção daquela rota, mas ressalvou que o tráfego naquela via está a ser feito com algumas restrições em virtude de estarem em curso obras na ponte ferroviária localizada na vila de Boane.

Com uma extensão aproximada de 226 quilómetros entre o Parque Industrial de Matsapa e o Porto de Maputo, a linha de Goba tem capacidade para receber comboios com até 50 vagões circulando a velocidades que variam entre os 50 e 60 quilómetros por hora.

De acordo com dados confirmados pela companhia de Caminhos de Ferro da Suazilândia, a linha de Goba está em boas condições tanto no troço moçambicano como no suázi, resultado doas últimos investimentos feitos na sua reabilitação, que consistiram sobretudo na substituição das travessas de madeira por outras, em betão, além da uniformização da via através da soldadura das peças da ferrovia.

Tradicionalmente, segundo a fonte, a linha de Goba vem sendo usada como rota de escoamento do açúcar da Suazilândia através do Porto de Maputo, com volumes entre 200 mil e 240 mil toneladas por ano. Apesar da grande concorrência ultimamente imposta pelo transporte rodoviário, a linha vem sendo preferencial para o escoamento daquele produto para Maputo.

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Presentemente, o açúcar e o ferro-crómio fazem 50 por cento da carga transportada através da linha de Goba, razão por que a via foi apresentada como disponível para atender ao tráfego de Kommatiport para Maputo, que não pode ser escoado via Ressano Garcia devido ao encerramento daquela ferrovia.

Linha de Ressano continua em obras: Goba usada com restrições

Para a Suazilândia, a linha de Goba vai continuar sendo vital para o acesso ao Porto de Maputo enquanto porta mais próxima para as suas importações e exportações, que se tornam mais baratas e competitivas quanto menor for a distância a cobrir.

Sobre a reabilitação do “Corredor do Limpopo”, igualmente fechado ao tráfego na sequência dos estragos causados pelas inundações, o director de Engenharia dos CFM explicou que até amanhã, sexta-feira, as equipas que operam no terreno vão alcançar a Estação Ferroviária da Aldeia da Barragem, devendo a próxima etapa cumprir o troço até à Barragem de Macarretane. Cumprida essa etapa, está reposta a ligação entre a cidade do Chókwé e Mabalane, na província de Gaza.

Considerando que a linha de Ressano é essencialmente de carga destinada ao Porto de Maputo, são já avultados os prejuízos arcados por aquele empreendimento, uma vez que nem o recurso ao transporte rodoviário pode assegurar o escoamento da carga para garantir que as operações portuárias sejam rentáveis.

Além disso, segundo especialistas do sector, o facto de se verem obrigados a adoptar rotas alternativas para o transporte de carga muitas vezes já paga pelos clientes, está a causar prejuízos às empresas fornecedoras, que acabam incorrendo em custos adicionais não previstos na plataforma inicial do negócio.