Estes dados constam do balanço do impacto das chuvas que afectaram a capital, apresentado ontem por Antonino Grachane, director de Educação a nível da cidade de Maputo.
Para além de alagar alguns estabelecimentos de ensino, as enxurradas desalojaram 4200 pessoas e parte desta população foi acomodada em três estabelecimentos de ensino, nomeadamente Escola Primária de Matchike-Tchike, onde estão 46 famílias, Escola Secundária Solidariedade que acolhe 737 cidadãos e a Escola Força do Povo que alberga 120 famílias.
Segundo Grachane, a colocação de famílias em escolas condiciona o processo de ensino e aprendizagem. Por essa razão, os dirigentes desses estabelecimentos de ensino pedem a colocação de tendas no recinto escolar de modo a permitir a desocupação das salas de aula, já que não se sabe ainda a data prevista para a retirada das famílias das escolas.
Entretanto, com o abrandamento das chuvas, de acordo com a nossa fonte, foi possível limpar o recinto da maioria das escolas e retomar-se as aulas. Contudo, há três escolas que não estão ainda em condições para a leccionação das aulas. Trata-se das Escolas Primária Completa (EPC) da Munhuana, Unidades 29 e 30, cujos espaços escolares continuam alagados, situação que representa um risco para a saúde dos alunos, segundo deu a conhecer Grachane.
“O recinto escolar continua muito alagado. As casas de banho não estão em condições de serem usadas”, segundo Grachane, descrevendo a situação da EPC da Munhuana.
Dados estes problemas, 500 alunos da 1ª a 5ª classe da EPC da Munhuana foram colocados no Instituto de Formação de Professores (IFP) da Munhuana, enquanto que os educandos da 6ª e 7ª classes estão integrados na Escola Primária Completa 25 de Junho.
Para os alunos da EPC Unidade 29 e 30, a Educação está a articular com o município para a realização de trabalhos de aterro no pátio da escola e a abertura de uma entrada na parte traseira, bem como o aterro da parte frontal, consoante as necessidades de cada estabelecimento de ensino.
Aulas Perdidas e Material Escolar Danificado
Quase todas as escolas perderam material escolar. Porém, as Escolas Primária de Mavalene “A” e Magoanine “B” são as que mais sofreram. Das perdas consta a destruição de cerca de 600 livros de distribuição gratuita de diversas classes e a danificação de 193 carteiras de madeira prensada.
Quanto aos 556 alunos que vivem nos centros de acomodação, o director de Educação da cidade de Maputo informou que os educandos das classes iniciais foram integrados em escolas próximas dos centros de alojamento e os das classes superiores orientados a deslocarem-se para as suas escolas de origem, embora se reconheça que terão que percorrer distâncias superiores a que estavam habituados.
Para a recuperação das aulas perdidas devido às enxurradas, a Educação a nível da cidade de Maputo instrui a todas a escolas afectadas a elaborarem e implementarem planos de aulas de recuperação que serão ministradas até aos sábados.