Sociedade Saúde Após a greve dos médicos: Vida normaliza-se nos hospitais gerais

Após a greve dos médicos: Vida normaliza-se nos hospitais gerais

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Dados que nos foram chegando dos hospitais de Mavalane, José Macamo e de Chamanculo indicam que as consultas e outros serviços suspensos devido à ausência de parte dos seus quadros foram ontem retomados.

Leila Monteiro, directora-geral do “José Macamo”, disse que, durante a greve, a unidade tinha uma média de 10 médicos escalados que não comparecia, o que prejudicava seriamente o funcionamento daquele hospital, embora estando na cidade de Maputo, a sua localização faz com que seja bastante usado também pelos cidadãos de Matola.

“Voltaram todos e tudo está agora normalizado”, disse a médica, explicando que em alguns dias faltavam oito médicos e noutros 11 ou 12.

Cenário semelhante verificou-se no Hospital Geral de Chamanculo, onde dos seis médicos afectos apenas a dentista é que não se apresentou ontem.

A respectiva directora, Maria dos Anjos, disse a meio da manhã que não tinha ainda recebido nenhuma justificação da médica ausente, pelo que desconhecia as razões que ditaram a sua não ida ao local de trabalho.

Por sua vez, Elisabeth Mulhovo, directora clínica de “Mavalane”, garantiu que todas as actividades de rotina foram retomadas na sequência do retorno, ontem, de todos os médicos que estavam em greve.

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O Hospital Geral de Mavalane, que possui 14 centros de Saúde, tem pouco mais de 20 médicos e nos primeiros dias da paralisação das actividades, o número de profissionais ausentes chegou a cerca de 10.

Como consequência, a unidade sanitária, uma das mais procuradas da cidade de Maputo, só garantia serviços mínimos, o que implicava o cancelamento de consultas e de parte de outros serviços.

O esforço da Direcção Clínica foi de garantir o funcionamento dos serviços de urgência, maternidade e cirurgia, que pelo menos houvesse um médico para a ronda matinal por cada enfermaria, bem como o atendimento a doentes crónicos.

Os médicos moçambicanos, em greve desde o passado 7 de Janeiro, voltaram aos seus postos de trabalho na sequência dos consensos alcançados entre a classe desavinda e o Governo sobre os pontos da discórdia.

Três pontos constituíam o caderno reivindicativo dos profissionais filiados na Associação Médica de Moçambique (AMM), concretamente a questão das casas, estatuto médico e a necessidade de ajustamento dos salários.