As actividades já iniciadas pela Vale há 9 meses permitiram a conclusão da engenharia detalhada do troço entre a fronteira de Moçambique com o Malawi e Nkaya Junction, bem como das compensações sociais de terras cultivadas e edificações privadas às comunidades.
O projecto, que beneficiará o Malawi com uma infra-estrutura logística bem capacitada, é parte do Corredor de Nacala e está orçado em 1.1 bilião de dólares. Ricardo Saad, director de Projectos para África, Ásia e Austrália da Vale, consolida a posição da empresa e afirma que o projecto potencializará os volumes de importação e exportação actualmente vigentes naquele país.
Efectivamente, o troço ferroviário deve sair de Moatize, chegando à fronteira com o Malawi, na região de Cambulatsissi. Em seguida, a rota segue em direcção nordeste até à localidade de Nkaya Junction, cobrindo 136 quilómetros de linha férrea de raiz, onde se conecta com a linha férrea existente sob concessão da Central East Africa Railways – CEAR, cobrindo mais 99 quilómetros de linha férrea a reabilitar até Nayuchi/Entrelagos. As obras desta parte do Corredor de Nacala, no Malawi, têm a sua conclusão prevista para 2014.
O projecto emprega actualmente mais de 1800 trabalhadores, com 82 por cento de trabalhadores locais, entre trabalhadores da Vale, contratados e subcontratados, prevendo a contratação no pico das obras de mais de 3500 novos postos de trabalho de mão-de-obra local.
Paralelamente, já está em fase avançada de implementação a supressão da vegetação no alinhamento da linha férrea, bem como a execução das fundações das primeiras pontes a serem construídas, tendo as rotas sido profundamente estudadas de forma a conciliar o melhor traçado do ponto de vista técnico e de minimização de impactos ambientais e sociais.
Por outro lado, mais de 150 empresas locais estão já a fornecer à Vale, mas a perspectiva é muito maior, considerando que estas mesmas empresas subcontratam, por sua vez, outras tantas empresas locais para atender à demanda de serviços gerais, hotelaria e serviços mais especializados na área de engenharia e tecnologia, que se traduzem em inúmeras oportunidades.
Recorde-se que, em Dezembro de 2011, a Vale assinou com o Governo do Malawi o contrato de concessão ferroviária para a construção e operação de parte do Corredor de Nacala, cobrindo 136 quilómetros de linha férrea, entre a fronteira de Moçambique e Malawi até ao trecho ferroviário existente no Malawi. Em Julho de 2012, o consórcio Corredor Logístico Integrado de Nacala – CLIN, formado pela Vale e pelos Caminhos de Ferro de Moçambique, assinou com o Governo de Moçambique os contratos de concessão ferroviário e portuário que preconizam a construção de linhas e ramais ferroviários ligando Moatize a Nampula, e de um novo terminal portuário em Nacala-à-Velha, projectos que fazem parte do Corredor de Nacala, do lado de Moçambique.
Os contratos de concessão com o Governo do Malawi e com o Governo de Moçambique, para além dos contratos de concessão com Corredor de Desenvolvimento de Nacala – CDN, e a Central East Africa Railways – CEAR, possibilitam a construção de todo o trecho ferroviário e do terminal portuário necessário para o escoamento do carvão da região de Moatize até o Porto de Nacala, e contribuirão com a melhoria da infra-estrutura de transporte ferroviário do país, o transporte de carvão, de cargas diversas e de passageiros.