As autoridades moçambicanas realizaram uma significativa apreensão de 204 sacos de carvão vegetal na estação ferroviária do Ressano Garcia, na província de Maputo.
O carregamento, que tinha como destino a África do Sul, foi apreendido no âmbito de uma operação destinada a combater a exploração ilegal de recursos florestais, conforme anunciou o Governo.
De acordo com um comunicado emitido pelo Ministério da Agricultura, Ambiente e Pesca de Moçambique, a apreensão ocorreu em um dos pontos considerados críticos na rota do tráfico de produtos florestais. O Governo revelou que as autoridades policiais estão a investigar os indivíduos envolvidos nesta prática ilícita.
Além da apreensão, a Lusa noticiou que o Governo moçambicano tem em vista a contratação de 750 novos fiscais até 2026, com o objectivo de reforçar a fiscalização nos portos, postos fronteiriços e áreas de conservação. A medida visa, em particular, combater a desflorestação e a exploração ilegal dos recursos florestais.
A secretária permanente do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pesca, Emília Fumo, esclareceu que os novos fiscais não só actuarão em portos e fronteiras, mas também nas áreas de corte e conservação, onde a exploração ilegal tem sido mais predominante. “Precisamos de aumentar a nossa capacidade de fiscalização nessas áreas, que possuem florestas virgens e madeira de grande valor,” afirmou Fumo.
Em adição aos 750 fiscais projectados, o Governo já alocou mil novos agentes para reforçar o controle em postos fronteiriços, portos e áreas de conservação no ano passado. A responsável sublinhou a necessidade de mais fiscalização nos distritos e províncias onde a exploração ilegal é mais intensa.
Nos últimos quatro anos, a desflorestação em Moçambique afectou 875.453 hectares, embora tenha mostrado sinais de recuo em 2022, especialmente nas províncias de Niassa e da Zambézia. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que, em 2022, a desmatamento diminuiu em 31% comparado ao ano anterior, totalizando 209.464 hectares.