Destaque Médicos estagiários e graduados protestam em Nampula por salários em atraso

Médicos estagiários e graduados protestam em Nampula por salários em atraso

Dois grupos de médicos, incluindo estagiários e graduados pela Universidade Lúrio, manifestaram-se esta manhã em frente ao gabinete do governador da província, Eduardo Mariamo Abdula. 

O protesto, que atraiu a atenção de várias autoridades locais, teve como principal reivindicação a falta de pagamento de 80 por cento do salário base destinado à carreira de médico de clínica-geral.

Os profissionais de saúde alegam que esgotaram todas as vias de negociação com a direcção da Universidade e, por esse motivo, decidiram recorrer ao governador para expor as suas preocupações. Eduardo Mariamo Abdula recebeu os manifestantes em seu gabinete, proporcionando um espaço para apresentarem os seus problemas.

Zito João, representante dos médicos estagiários, relatou que a turma concluiu as cadeiras curriculares em 2022, mas não conseguiu iniciar o estágio devido a um decreto ministerial que condicionava o início do mesmo à confirmação da existência de cabimento orçamental. “Em 2023, fomos informados de que o cabimento já existia e, após a celebração dos contractos, iniciámos o estágio. No entanto, devido a problemas administrativos entre a UniLúrio e o Hospital Central de Nampula (HCN), o estágio foi paralisado durante um ano, retomando apenas em 2024”, explicou Zito João.

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O representante expressou a frustração colectiva, uma vez que, apesar de a Universidade ter confirmado o cabimento do subsídio, os estagiários ainda não receberam qualquer pagamento. “É desolador saber que outras instituições, como a UniLicungo, UniZambeze e a Universidade Eduardo Mondlane, já pagaram os seus estudantes em 2023, enquanto nós aguardamos há dois anos”, lamentou.

Baldo José, representante dos médicos graduados, corroborou a situação dos estagiários, destacando que a união dos grupos é fundamental para reivindicar o que consideram um direito legítimo. “Realizámos diversos esforços para obter informações junto da faculdade, mas sempre de forma frustrante, sem respostas claras sobre a situação dos nossos subsídios”, frisou.

Além das reivindicações financeiras, os médicos estagiários solicitaram a intervenção do governador para garantir que não enfrentem represálias por exporem publicamente a sua situação. “Pedimos a sua ajuda, como um pai, para podermos ser parte activa e construtiva nesta nação”, concluíram os manifestantes.