Desde o início da época chuvosa, a província da Zambézia tem enfrentado uma série de tragédias, com pelo menos dezassete pessoas a perderem a vida devido a descargas atmosféricas e 46 feridos em consequência de eventos climáticos extremos.
Os dados foram divulgados esta terça-feira por Hélder da Costa, delegado provincial do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres Naturais (INGD), durante a I Sessão Ordinária do Conselho de Representação do Estado, realizada em Quelimane.
As chuvas, que variaram de moderadas a intensas, atingiram recordes de 30 milímetros em apenas 24 horas, afectando particularmente os distritos de Morrumbala, Alto Molócuè, Maganja da Costa, Chinde, Milange, Mocuba e Quelimane. Esta situação resultou na destruição total de mais de 800 casas, enquanto outras 1.300, incluindo nove unidades de saúde e 46 escolas, sofreram danos parciais, comprometendo a educação de cerca de 22 mil alunos e 390 professores.
Além da destruição das habitações e instituições educativas, a infra-estrutura local também foi severamente afectada, com 63,94 quilómetros de estradas danificadas, 44 postes de transporte de energia eléctrica tombados e 36 hectares de campos agrícolas inundados, levando a uma preocupação crescente sobre a segurança alimentar na região.
Em resposta à crise, o INGD implementou medidas de assistência humanitária, pré-posicionando bens essenciais como óleo, sabão, arroz, farinha e tendas nos distritos mais vulneráveis, incluindo Luabo, Maganja da Costa, Mopeia, Morrumbala, Namacurra, Chinde, Inhassunge e Nicoadala. Durante este período, 120 famílias já receberam apoio diversificado, tanto em produtos alimentares como não alimentares, incluindo tendas, baldes e purificadores de água.
Adicionalmente, foram alocadas nove embarcações para os distritos de Chinde, Namacurra, Nicoadala, Maganja da Costa e Mopeia, com uma embarcação adicional destinada a Quelimane, visando facilitar a mobilização e a assistência às comunidades afectadas.
O secretário de Estado na Zambézia, Avelino Muchine, apelou ao INGD para melhorar a comunicação e fortalecer as parcerias com os meios de comunicação social, de modo a mitigar os impactos futuros de desastres. O governante sublinhou que o actual cenário exige uma mobilização eficaz de recursos e a formação de parcerias a nível nacional e internacional para a rápida recuperação das infraestruturas destruídas.