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Conflito na RDCongo pode alastrar a uma guerra regional, alerta Presidente do Burundi

O Presidente do Burundi, Evariste Ndayishimiye, manifestou a sua preocupação sobre a escalada do conflito na República Democrática do Congo (RDCongo), que, segundo ele, poderá evoluir para uma guerra regional. 

Numa declaração realizada na plataforma de vídeos YouTube, Ndayishimiye sublinhou a interconexão da instabilidade na RDCongo com a paz na região, alertando que “se o leste da RDCongo não tiver paz, a região não terá paz”.

O chefe de Estado burundense enfatizou que não apenas o Burundi, mas também países vizinhos como a Tanzânia, Uganda e Quénia, estão sob ameaça devido à situação volátil no leste congolês. “É uma ameaça”, reiterou, assegurando que o seu país não se deixará intimidar pela situação.

Na mesma linha, o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, também se pronunciou, comprometendo-se a apoiar os esforços da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para a pacificação na RDCongo. Chapo, que falou após uma cimeira extraordinária da SADC em Harare, Zimbabwe, destacou que Moçambique continuará a apoiar as iniciativas lideradas por Angola, mediadora do conflito, através da União Africana. No entanto, o Presidente moçambicano esclareceu que o seu país não irá enviar tropas para se juntar à missão da SADC, que é composta por efetivos da África do Sul, Tanzânia e Malawi.

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A situação no leste da RDCongo tem-se deteriorado rapidamente, com o Governo congolês a reportar pelo menos 773 mortes e quase 2.900 feridos em apenas cinco dias de confrontos com rebeldes apoiados pelo Ruanda. O porta-voz do Governo, Patrick Muyaya, descreveu os combates como uma “carnificina”, referindo-se à incursão do Movimento 23 de Março (M23) e das tropas ruandesas na cidade de Goma, capital da província de Kivu Norte, que se expandiu para a vizinha Kivu Sul, representando uma ameaça para a capital regional, Bukavu.

A escalada do conflito, que se agrava desde há mais de três anos, leva a RDCongo a acusar o Ruanda de querer explorar os recursos naturais da região. Por sua vez, o Ruanda refuta as alegações, afirmando que a sua intervenção visa desmantelar grupos armados que surgiram de ex-líderes hutus responsáveis pelo genocídio dos tutsis em 1994.