Destaque Sindicatos moçambicanos mantêm greve até pagamento do 13.º salário

Sindicatos moçambicanos mantêm greve até pagamento do 13.º salário

As centrais sindicais da função pública em Moçambique entram em um dia de greve que promete prolongar-se até que o Governo cumpra a exigência do pagamento do 13.º salário. 

A paralisação, que começou na segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional da Função Pública, juntamente com várias associações, incluindo a Associação Nacional dos Enfermeiros de Moçambique e a Associação Nacional dos Professores.

Em declarações à Voz da América, Isac Marrengule, porta-voz das centrais sindicais, foi claro ao afirmar que “a greve só vai terminar quando o Governo pagar o 13.º salário”. A insatisfação com a gestão do novo Executivo é palpável, com Marrengule a criticar a postura do Governo: “Temos um Governo hipócrita. Esperava-se que o novo Governo fosse diferente, mas a hipocrisia, a ignorância e a arrogância continuam”.

A tensão entre os sindicatos e o Governo acentuou-se após as declarações do ministro da Saúde, Hussene Isse, que na terça-feira, declarou que “deixar de trabalhar não é ético na saúde”. Marrengule respondeu a esta acusação, questionando a ética do Governo ao não cumprir com os direitos constitucionais dos trabalhadores: “É ético que um Governo continue a distanciar-se dos profissionais? É ético que um Governo deva três, quatro, cinco anos aos funcionários?”.

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Sobre a adesão à greve, o porta-voz afirmou não poder quantificar a participação, mas assegurou que apenas os serviços mínimos estão a ser prestados.

No sector da educação, os professores deixaram de controlar os exames, sendo os membros da comunidade ou polícias a assumir essa responsabilidade.