O partido Renamo, uma das principais forças de oposição em Moçambique, confirmou ontem que os seus 28 deputados eleitos nas eleições de 9 de Outubro não irão tomar posse na Assembleia da República, em um gesto que visa “respeitar a vontade popular”.
A decisão foi anunciada após uma reunião da Comissão Política da Renamo, onde foi analisada a actual situação socioeconómica e política do país. O porta-voz da Comissão, Marcial Macome, expressou a posição do partido, afirmando que a Renamo não participará de uma cerimónia de investidura que considera ter sido realizada de forma fraudulenta.
Esta postura da Renamo surge num contexto de crescente tensão política em Moçambique, onde as alegações de irregularidades nas eleições têm gerado críticas tanto a nível nacional como internacional. O partido, que já foi um dos protagonistas da guerra civil no país, parece estar a intensificar a sua oposição ao governo, exigindo um maior respeito pela democracia e pelos direitos dos cidadãos.
Com a recusa em tomar posse, a Renamo reitera a sua posição de contestação e reafirma a necessidade de um diálogo construtivo para a resolução das crises que afectam o país. A expectativa é de que esta situação provoque novas discussões sobre a legitimidade do actual governo e a necessidade de reformas políticas em Moçambique.