Sociedade Polícia dispara contra jovens durante saque em armazém no bairro de Chamanculo

Polícia dispara contra jovens durante saque em armazém no bairro de Chamanculo

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Um número ainda não especificado de jovens e adolescentes morreu, esta terça-feira, no bairro de Chamanculo, em Maputo, após alegados disparos efetuados pela polícia no interior de um armazém, onde os mesmos tentavam saquear produtos diversos.

Caos e pânico em Chamanculo
O episódio teve início durante a tarde, quando grupos de jovens se introduziram no armazém, após destruírem janelas e portas com pedras e paus. Segundo testemunhas locais, os saqueadores retiraram electrodomésticos, como frigoríficos, congeladores e televisores, antes de serem surpreendidos pela intervenção policial.

“Estávamos aqui no quintal quando vimos um grupo a partir os vidros e a entrar. Minutos depois, a polícia chegou e começaram a disparar para dentro”, relatou uma residente.

Relatos de execuções e cerco policial
Testemunhas acusam a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) de ter cercado o armazém, bloqueando as saídas, e de ter disparado indiscriminadamente contra os jovens no interior.

“Fala-se de mais de 40 mortos. A polícia fechou o portão, deixando todos lá dentro. Muitos foram baleados e morreram no local, enquanto outros ainda conseguiram sair, mas sucumbiram a caminho do hospital”, contou o irmão de uma das vítimas.

Contradições sobre número de vítimas
Apesar de um segurança do armazém ter afirmado que apenas três pessoas morreram, moradores e familiares das vítimas desmentem esse número, apontando para dezenas de mortos e feridos.

“A polícia devia ter controlado a situação sem tirar vidas. São seres humanos que mereciam responder pelos actos na justiça, não serem abatidos como animais”, lamentou um residente local.

Vestígios de violência
A equipa de reportagem não teve autorização para entrar no armazém, mas marcas de sangue ainda eram visíveis no exterior do edifício. Segundo testemunhas, ambulâncias transportaram vários corpos e feridos ao longo do dia, mas muitos acreditam que algumas vítimas poderão nunca ser identificadas devido ao caos gerado no local.

Investigação em curso
As autoridades ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o incidente, mas moradores exigem respostas e justiça para os familiares das vítimas. Enquanto isso, a tensão permanece alta no bairro, com receios de novos confrontos.