Governo regional de Valência recusa demissão em meio a críticas após inundações devastadoras
O governo regional da Comunidade de Valência manteve a sua posição no domingo, recusando demitir-se apesar das intensas críticas recebidas pela sua gestão das inundações que ocorreram a 29 de Outubro.
A vice-presidente, Susana Camarero, afirmou que “a demissão não é uma opção” e que a prioridade do executivo é concentrar-se na reconstrução das áreas afectadas pela catástrofe.
O presidente da Comunidade, Carlos Mázon, manifestou o seu respeito pela causa da manifestação que teve lugar no sábado, reconhecendo a dor sentida pela população. Mázon anunciou que prestará esclarecimentos sobre a situação na próxima quinta-feira, lamentando os episódios de violência que marcaram os protestos, que reuniram cerca de 130 mil pessoas em Valência e 300 mil em Madrid, exigindo a sua demissão devido a falhas na prevenção e gestão das cheias. O último balanço aponta para 222 vítimas mortais.
A manifestação, com o lema “Demissão de Mázon”, foi organizada por 40 entidades, incluindo sindicatos e grupos da sociedade civil. Durante os protestos, a polícia foi forçada a intervir quando alguns manifestantes começaram a atirar pedras, lama e outros objectos em direcção ao prédio do conselho municipal, resultando em janelas partidas e danos materiais. O confronto fez com que 31 polícias ficassem feridos, enquanto pelo menos quatro pessoas foram detidas e 13 outras identificadas.
Os eventos deste fim-de-semana sublinham a crescente insatisfação da população com a resposta do governo regional às recentes calamidades naturais, o que poderá trazer novos desafios à governança na Comunidade de Valência nos próximos dias.