Muitas escolas da cidade de Maputo mantiveram as suas portas abertas na quarta-feira, desafiando as convocações para manifestações que têm gerado apreensão na comunidade educativa.
Os gestores escolares afirmam que continuarão a leccionar até ao encerramento do ano lectivo, previsto para 15 de Novembro, desde que as condições de segurança o permitam.
O sector da Educação é frequentemente afectado por manifestações e paralisações, o que resulta em alterações no calendário escolar. Contudo, na quarta-feira, o panorama foi distinto. Diversas instituições de ensino, tanto primárias como secundárias, receberam alunos dispostos a realizar as provas finais que estavam em atraso.
A Escola Primária Completa de Polana Caniço A, situada no centro do bairro que lhe dá nome e que tem sido um dos principais focos de agitação social, ignorou os receios e acolheu os alunos. O Director Pedagógico, Absalao Munguambe, afirmou: “Estivemos aqui às 7 horas e a maioria dos alunos compareceu para as avaliações. Apenas três professores não estavam presentes, devido à distância que têm de percorrer até à escola. No ensino secundário, cerca de 420 alunos foram submetidos às provas”.
Apesar de reconhecer a apreensão dos docentes relativamente à segurança, a direcção da escola garantiu que não fechará as suas portas. “Amanhã estaremos aqui, toda a semana estaremos aqui. Todos os alunos serão avaliados antes do final do ano lectivo. A menos que surja uma situação que possa comprometer a nossa presença, em condições normais estaremos disponíveis para os nossos alunos”, acrescentou o gestor.
O mesmo cenário foi observado nas escolas secundárias de Laulane, Força do Povo e Eduardo Mondlane, onde os alunos também compareceram em massa para realizar as suas avaliações. Azarias Mangave, gestor pedagógico da Escola Secundária Eduardo Mondlane, mencionou que a avaliação continuou até à última segunda-feira e que a adesão foi elevada, com apenas algumas faltas nas disciplinas.
“Numa disciplina, podemos ter tido a falta de 50 alunos num total de 1.050. Assim, consideramos que a adesão foi praticamente total na semana passada. As ausências foram normais”, concluiu Mangave.